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Zelensky está na Península Ibérica e vai assinar acordo com Portugal que tem “horizonte de dez anos” (o 823.º dia de guerra)

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O Presidente da Ucrânia está de visita à Península Ibérica, tendo passado o 823.º dia de guerra em Espanha. Esta segunda-feira, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que vai entregar à Ucrânia ajuda militar no valor de mais de mil milhões de euros. O acordo de segurança assinado entre os dois países “inclui um compromisso de ajuda militar para 2024 de mil milhões de euros que vai permitir à Ucrânia reforçar as suas capacidades”, declarou Sánchez durante uma conferência de imprensa comum com o homólogo ucraniano.

Zelensky foi recebido em Espanha pelo rei Felipe VI. “É uma honra especial para a Ucrânia e para os ucranianos que, após a minha chegada a Espanha, Sua Majestade o Rei Felipe VI tenha recebido pessoalmente a nossa delegação”, escreveu Zelensky. A visita serviu para “discutir a matéria de defesa, a preparação de um novo pacote de ajuda militar e a formação de soldados ucranianos”.

Na rede social X, Zelensky realça que há duas cimeiras à porta: a Cimeira da Paz e o Conselho Europeu. Quanto à primeira, o Presidente da Ucrânia rejeitou a proposta da China e do Brasil sobre uma eventual participação da Rússia. “Neste momento, não vejo a Rússia a participar nisso, porque a Rússia vai bloquear tudo, como é evidente. A Rússia quer destruir a Ucrânia”, disse.

Depois de Espanha, será a vez de Portugal receber Zelensky. Os dois países também vão assinar acordo de cooperação militar. Este acordo tem como objetivo, segundo Paulo Rangel, reforçar o “relacionamento bilateral” entre Portugal e a Ucrânia para os próximos anos e inclui a “assistência humanitária, financeira, militar, política” no que diz respeito ao processo de integração na União Europeia. “Recolhe todas as dimensões em que trabalhámos, mas de uma forma sistematizada e com um horizonte de dez anos”, acrescentou.

Volodymyr Zelensky vai chegar a Portugal esta terça-feira à tarde, devendo aterrar em Portugal depois da hora de almoço e regressar ao seu país no final do dia. Zelensky vai ser recebido na residência oficial do primeiro-ministro. Segundo o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, Montenegro e Zelensky têm falado ao longo das últimas semanas. “Ao longo das últimas semanas — algumas vezes tem sido público, outras vezes não —, o primeiro-ministro tem interagido, tem falado ao telefone com o Presidente ucraniano. Nesse diálogo entre o Presidente ucraniano e o primeiro-ministro, foi desenhado, acordado, o acordo de cooperação e segurança que será assinado durante a visita” de Volodymyr Zelensky, adiantou Leitão Amaro, no final do Conselho de Ministros.

A Associação dos Ucranianos em Portugal (AUP) convocou uma concentração para terça-feira em Lisboa, com o objetivo de expressar o apoio ao Presidente da Ucrânia. A iniciativa está agendada para as 19h00 junto ao Palácio de Belém, onde à mesma hora o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tem um jantar previsto com o homólogo ucraniano. O líder da AUP, Pavlo Sadokha, diz que se trata de “uma manifestação de boas-vindas” a Zelensky e também para lhe dirigir “uma mensagem de apoio”.

Outras notícias que marcaram o dia:

⇒ O Presidente ucraniano apelou ao Ocidente para que force a Rússia a fazer a paz “por todos os meios necessários”, numa altura em que Kiev exige que lhe seja permitido utilizar armas ocidentais para atacar o território russo. “Os nossos soldados estão a defender-se da ofensiva russa e é por isso que temos de intensificar o nosso trabalho conjunto com os nossos parceiros para conseguir mais: segurança e coerção tangível da Rússia para a paz por todos os meios necessários”, declarou Volodymyr Zelensky numa conferência de imprensa em Madrid.

⇒ A União Europeia impôs sanções a dois indivíduos e ao ‘site’ Voice of Europe, na sequência da promoção de ações de propaganda russa e da manipulação de factos para justificar e apoiar a ofensiva russa na Ucrânia. Em comunicado, o Conselho da UE salientou que a propaganda em causa, dirigida à sociedade civil do bloco comunitário e dos países vizinhos, “tem visado repetida e sistematicamente os partidos políticos europeus, especialmente durante os períodos eleitorais, bem como a sociedade civil, os requerentes de asilo, as minorias étnicas russas, as minorias de género e o funcionamento das instituições democráticas na UE e nos seus Estados-membros”.

⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski, ter anunciou que a Polónia vai impor restrições de circulação no país a diplomatas russos, à exceção do embaixador da Rússia. Em resposta, a Rússia prometeu tomar medidas de retaliação contra a Polónia. “Tomaremos medidas de retaliação para que os dirigentes polacos, dominados pela russofobia, lamentem profundamente as próximas medidas antirrussas”, declarou a porta-voz da diplomacia da Rússia, Maria Zakharova, citada pela agência francesa AFP.

⇒ Não primeiro dia de campanha para as eleições europeiasvários partidos reagiram ao anúncio de Zelensky em Portugal:

  • Marta Temido, cabeça de lista do PS, considera que a visita mostra que o caminho rumo à integração do país na União Europeia “é para continuar a percorrer”. “Esta visita do Presidente Zelensky, já há muito tempo aguardada, é também uma notícia que mostra um caminho que é para continuar a percorrer indubitavelmente e aqui esta parte da Península Ibérica gostaria de ter este contacto, e acho que isso é muito importante”, disse.
  • Sebastião Bugalho, que concorre pela AD, considera que “Portugal mantém o compromisso de manter o apoio financeiro, militar, humanitário e económico”. O cabeça de lista realça que “ficaria feliz” se os dias fossem “ofuscados” pelo fim da guerra na Ucrânia, com a vitória dos ucranianos.
  • Rui Rocha, líder da IL, considera que a visita de Zelensky é “excelente oportunidade” para os portugueses refletirem sobre o apoio à Ucrânia. Já Cotrim Figueiredo, o cabeça de lista dos liberais, diz que vai fazer todos os possíveis para tentar estar com o Presidente da Ucrânia. “Não só porque faz agora um ano que estiveram juntos em Kiev”, mas também porque Zelensky é presidente de um partido que é irmão da IL, o Partido Liberal Europeu.
  • A cabeça de lista do BE às europeias, Catarina Martins, e a coordenadora bloquista, Mariana Mortágua, defenderam que a Ucrânia deve ter meios para se defender, mas alertaram que a guerra “não é um filme de ‘cowboys'”.”O apoio deve ser para a defesa da Ucrânia, o caminho deve ser uma negociação da paz com a exigência da retirada das tropas russas. A guerra é séria demais para ser um jogo de campanha”, disse.

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