A criação do salário mínimo nacional foi a primeira medida de âmbito laboral do pós-revolução criada no primeiro Governo provisório, liderado por Adelino da Palma Carlos, logo a 27 de Maio de 1974. Mais de um milhão de trabalhadores no país – 50% dos profissionais do sector privado e 68% dos funcionários públicos – viram as suas remunerações crescer e, nalguns casos, mais do que duplicar. Os patrões contestaram, ameaçando com falências. Os trabalhadores puderam, pela primeira vez, aspirar a uma vida com conforto.
“Diz-se que as pessoas tiveram pela primeira vez a possibilidade de substituir a sua cama. Não é substituir a cama, é substituir as tarimbas em que muitas vezes dormiam por camas, pela primeira vez”, vinca Avelino Pacheco Gonçalves, o bancário que no rescaldo da revolução dos cravos acabou indicado pelo PCP para ministro do Trabalho do I Governo Provisório, que haveria de viabilizar a criação do salário mínimo nacional no país.
