Eric Clapton defendeu as posições políticas de Roger Waters, afirmando em entrevista ao canal “The Real Music Observer”, no YouTube, que o ex-Pink Floyd “tem sofrido imenso”.
Ao longo dos últimos dois anos, Waters tem sido duramente criticado pela sua posição em relação à guerra da Ucrânia (acusando esse mesmo país de a ter provocado), bem como em relação ao conflito israelo-árabe, sendo uma das vozes mais ativas na defesa de um boicote ao estado de Israel, o que já levou muitos a rotulá-lo como “antissemita”.
Questionado sobre se os músicos deveriam manter-se focados na sua arte e não na política, Clapton respondeu: “Não lido bem com a palavra ‘dever’”. “Se me disserem para fazer uma coisa, farei o oposto. Não por raiva, mas porque não são ninguém para me dizer como viver a minha vida. Eu não interfiro com a deles”.
Pegando em Roger Waters como exemplo, e descrevendo-o como “um irmão”, Clapton continuou: “Ele tem sofrido imenso com isto. Já o vi no parapeito da janela, a chorar. Eu não o posso fazer, muitas vezes apetece-me chorar quando penso no mal do mundo. Mas tenho de carregar uma mensagem de esperança, a música cura”, disse.
“Muita gente não espera que eu ou o Roger mantenhamos as nossas opiniões, mas é o que acontece. Tenho a responsabilidade de carregar uma mensagem de esperança, amor, paz e liberdade. É a minha responsabilidade enquanto músico”, acrescentou.
Recorde-se que o próprio Eric Clapton já foi também muito criticado pelas suas posições políticas. Nos anos 70, o músico foi acusado de racismo e xenofobia após ter afirmado, num espetáculo, que era preciso “manter a Grã-Bretanha branca”, deixando vários epítetos racistas para com pessoas de origem asiática e africana. Recentemente, disseminou teorias da conspiração relativas às vacinas da covid-19.
