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Permissão de uso de armas dos EUA contra a Rússia é perigosa: “Estão a fazer escalar imprudentemente a guerra, rumo à conflagração global”

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Até agora Joe Biden recusava-se a permitir que a Ucrânia utilizasse armas produzidas nos Estados Unidos fora das fronteiras ucranianas, independentemente de qual fosse a “provocação”. Alegava que qualquer ataque ao território russo violaria o seu objetivo de “evitar a III Guerra Mundial”. No entanto, a Casa Branca mudou de posição, depois de, na semana passada, o secretário de Estado, Antony Blinken, ter regressado de uma viagem a Kiev e ter dito ao Presidente americano, em privado, que a proibição (que vigorava há 27 meses) deixava partes da Ucrânia em perigo.

Os soldados russos, afirmou Blinken, segundo o jornal “O jornal New York Times”estavam a explorar a proibição de Biden e a organizar ataques constantes a partir de porto seguro, mesmo no interior da fronteira russa. Quinta-feira, o chefe de Estado americano ultrapassou a linha vermelha por si mesmo imposta, passando a permitir aos ucranianos atacar preventivamente se virem provas de preparativos para ataque, ou em resposta a uma salva de mísseis russos perto de Kharkiv (isto é, para “atos de autodefesa”).

Apesar das advertências de Washington para que se limite as circunstâncias em que o armamento fabricado nos Estados Unidos seja usado contra território russo, esta pode ser uma nova era na guerra na Ucrânia. Trata-se da primeira vez que um Presidente dos Estados Unidos autoriza respostas militares limitadas dentro das fronteiras de um adversário com armas nucleares.

Evitar a retórica russa

“Estou firmemente convencido de que não se trata de qualquer medida que leve a uma escalada”, diz ao Expresso o analista de geopolítica Maximilian Hess, do grupo de reflexão americano Foreign Policy Research Institute. O fundador da Enmetena Advisory, empresa londrina de análise de risco político, considera, por isso, que a retórica do Kremlin deve ser ignorada. “Embora o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, tenha avisado que a medida será vista como escalada, trata-se de linguagem propagandística destinada a tentar dissuadir, em vez de constituir uma política propriamente dita. Foram estabelecidos limites sobre até que ponto podem ser utilizadas as armas americanas, mas é claro que a Rússia já considera que a maior parte da Ucrânia ocupada é território seu, estando Kiev em violação flagrante do direito internacional, pelo que não há qualquer diferença, tecnicamente. Os militares ucranianos não têm como alvo civis russos e, embora tenha havido vítimas civis em zonas fronteiriças e em território ocupado pela Rússia, é muito diferentes da situação em Rafah, onde os militares israelitas atuam com desrespeito desenfreado pela vida civil, apesar dos seus professados argumentos. A Rússia, por outro lado, visa direta e intencionalmente a infraestrutura civil, inclusive em numerosos ataques realizados apenas esta semana.”

Porém, a Rússia avisara que responderia se os Estados Unidos mudassem de política. Na semana passada, dando-se conta, através da comunicação social, de que a mudança era iminente, a Rússia realizou exercícios de manobra com armas nucleares tácticas.

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