O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, lançou um ataque velado à Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sugerindo que ela não deu prioridade à imparcialidade no seu papel.
Falando aos jornalistas em Bruxelas, Michel enfatizou a importância da imparcialidade da Comissão Europeia, afirmando que “para a eficiência da UE e uma União mais política, a imparcialidade da Comissão deve ser uma prioridade absoluta”.
Referiu-se ao artigo 17.º do Tratado da UE, que descreve o quadro institucional da UE, observando que a imparcialidade da Comissão é crucial para o funcionamento da União.
As críticas implícitas a von der Leyen surgem num momento em que as tensões aumentam antes das eleições europeias de 2024, com também a crescerem as preocupações com a desinformação e a interferência estrangeira.
As eleições deverão realizar-se entre 6 e 9 de junho, e milhões de europeus irão às urnas para eleger representantes para o Parlamento Europeu. No entanto, com a Rússia a tentar influenciar o resultado, surgiram preocupações sobre a propagação de desinformação e propaganda nas redes sociais.
A investigação demonstrou que estão a ser realizadas campanhas de propaganda pró-Rússia em plataformas de redes sociais, visando utilizadores em França e na Alemanha, entre outros.
Segundo relatos, estas campanhas têm utilizado ataques contra líderes europeus proeminentes, incluindo o Presidente francês Emmanuel Macron e a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Von der Leyen já se pronunciou anteriormente sobre a necessidade de uma ação mais forte para combater a desinformação e a interferência estrangeira, propondo a criação de um Escudo Europeu da Democracia caso ela fosse reeleita.
Os comentários do Presidente do Conselho Europeu suscitaram preocupações sobre a capacidade de von der Leyen de manter a imparcialidade no seu papel como chefe da Comissão Europeia. Como chefe do executivo da UE, von der Leyen é responsável pela implementação das políticas da UE e por garantir que sejam justas e equitativas.
No entanto, os seus críticos argumentam que ela nem sempre priorizou a imparcialidade, utilizando a sua posição para promover a sua própria agenda política.