No arranque da segunda (e última) semana de campanha eleitoral para as europeias, o Bloco de Esquerda separou funções: Catarina Martins manteve o foco na Europa com um discurso sobre redução do horário laboral, Mariana Mortágua encarregou-se de reagir à política nacional. Horas depois do Governo ter apresentado o Plano de Ação para as Migrações, a coordenadora bloquista utilizou o comício em Aveiro para ampliar as críticas a este pacote de medidas. No discurso mais aceso da noite, Mariana Mortágua acusou o PSD de “adaptar-se à extrema-direita” e de adotar uma política de imigração que “só interessa a quem quer explorar imigrantes”. Também o PS foi criticado pela “confusão” em que deixou a situação dos imigrantes depois da extinção do SEF.
“Hoje teria sido um excelente dia para dar um ‘não é não’ ao discurso da política contra imigrantes e resolver a forma inconcebível como o Governo anterior deixou a imigração. Luís Montenegro nunca conseguiria aproveitar esse dia. A proposta que apresentou é um recuo de duas décadas na política de imigração”atirou para uma sala com algumas cadeiras vazias do Centro de Congressos de Aveiro, esta segunda-feira, dia 3. E acrescentou num tom ainda mais duro: “Para quem serve uma política que impede os imigrantes de se regularizarem? Estes entraves só interessam a quem quer explorar imigração.”
