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Eleições em França: partidos de esquerda saem de reunião de emergência com frente unida para combater a extrema-direita

Os partidos políticos em França já estão em efervescência depois de, com a vitória da extrema-direita nas europeias, Emmanuel Macron ter convocado eleições legislativas. Foi anunciada, esta segunda-feira, uma frente popular que vai juntar ambientalistas, socialistas, “rebeldes” da França Insubmissa e comunistas, apesar das persistentes divergências. O jornal “O mundo” já escreve que a corrida contra o tempo começou.

Sete meses após a implosão da Nova União Ecológica e Social Popular, os partidos de esquerda conseguiram lançar as bases em tempo recorde para as eleições antecipadas de 30 de junho e 7 de julho. Na noite de segunda-feira, os quatro líderes dos principais partidos políticos – a ecologista Marine Tondelier, Olivier Faure (Partido Socialista), o comunista Fabien Roussel e Manuel Bompard (La France insoumise, LFI) – apareceram lado a lado em frente à sede dos Verdes em Paris para anunciar a “constituição de uma nova frente popular” , reunindo “todas as forças humanistas, sindicais, associativas e cidadãs de esquerda” .

“A frente popular é um compromisso que vai muito além de nós mesmos ”, afirmou o socialista Olivier Faure, no final da reunião. “Não temos tempo para procrastinar”, disse Manon Aubry, da LFI, aos jornalistas. “O objetivo é poder construir o futuro, e, sobretudo, ir e vencer.”

Tal como nas eleições legislativas de 2022, os partidos de esquerda prometem “um programa disruptivo”, sem avançar mais detalhes. Para já, os partidos de esquerda estão principalmente de acordo em evitar o pior e em fazer da dissolução da Assembleia Nacional uma oportunidade. Almejam ainda manter os 151 deputados que reúnem no parlamento francês, aponta o jornal “Le Fígaro”. Mas as divergências entre forças políticas ainda persistem. “Todos têm as suas linhas vermelhas ”, garantiu Olivier Faure, na manhã desta terça-feira.

Foto: Getty Images

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O Reagrupamento Nacional obteve cerca de 32% dos votos no domingo, mais do que o dobro dos cerca de 15% obtidos pelo Renascimento (Renaissance, RE), o partido de Emmanuel Macron. Os socialistas, com 14%, ficaram a um pequeno passo do partido do Presidente francês. Atualmente, o partido Renascimento tem 169 deputados na assembleia nacional, e o Reagrupamento Nacional (RN na sigla francesa) tem 88.

“Estas serão as eleições parlamentares mais importantes para a França e para os franceses na História da Quinta República”, considerou o ministro das Finanças, Bruno Le Maire. “Devemos lutar por França e pelos franceses. Temos três semanas para fazer campanha e convencer os franceses.”

Emmanuel Pellerin, deputado do partido Renascimento, admitiu que, dentro daquela força política ainda reina o “choque”, acrescentando: “Tudo aponta para que o RN obtenha uma maioria relativa ou absoluta. Mas isso obriga os franceses a pensar sobre o que está em jogo.”

A primeira volta das legislativas acontecerá a 30 de junho, menos de um mês antes do início dos Jogos Olímpicos de Paris. A segunda volta está marcada para 7 de julho.

Bardella (líder do Reagrupamento Nacional), Le Pen (do mesmo partido) e a sobrinha de Le Pen, Marion Maréchal – que encabeçou a lista do partido de extrema-direita Reconquista nas eleições da UE – reuniram-se na sede do RN na tarde de segunda-feira para discutir uma possível coligação eleitoral.

No início da noite de segunda-feira, Bardella disse que Marechal tinha “uma abordagem construtiva em relação ao RN” e que espera conseguir a maior maioria possível, afirmando-se disposto a dialogar.

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