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França enfrenta momento “muito sério” com extrema-direita e extrema-esquerda liderando as pesquisas: Macron

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A França enfrenta um momento “muito sério” à medida que as eleições parlamentares se aproximam, disse o presidente Emmanuel Macron na sexta-feira, com os mercados financeiros abalados pelos blocos políticos de extrema direita e extrema esquerda do país que atualmente lideram as pesquisas.

A incerteza política já desencadeou uma venda brutal de obrigações e ações francesas depois de Macron ter convocado inesperadamente as eleições, na sequência da derrota do seu partido centrista no poder pelo eurocéptico Reunião Nacional (RN) de Marine Le Pen nas eleições para o Parlamento Europeu do passado domingo.

“Estamos num momento muito sério na história do nosso país. Há grandes questões em jogo, com guerras e com desafios económicos sem precedentes”, disse Macron, falando no final de uma cimeira do G7 em Itália.

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Os comentários de Macron ecoaram um alerta anterior feito na sexta-feira pelo ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que disse que a França – que é a segunda maior economia da zona euro – enfrentava o risco de uma crise financeira se a extrema direita ou a esquerda ganhassem as próximas eleições parlamentares. por causa de seus pesados ​​planos de gastos.

Chamando os dois blocos de “extremistas”, Macron disse que nenhum deles era sério politicamente ou realista economicamente.

Uma primeira série de sondagens de opinião projectou que o RN, que prometeu reduzir os preços da electricidade e o IVA sobre o gás e aumentar a despesa pública, poderia vencer as eleições e estar em posição de dirigir o governo.

Uma pesquisa realizada para a revista Le Point, publicada na noite de sexta-feira, prevê que o Rally Nacional esteja na liderança no primeiro turno das eleições parlamentares, pouco à frente de uma coalizão de partidos de esquerda chamada “Frente Popular”.

A pesquisa disse que o RN obteria 29,5% dos votos, em comparação com 28,5% da Frente Popular e 18% do campo de Macron.

Pelo menos duas sondagens colocaram a esquerda não muito atrás do RN e à frente do campo centrista de Macron.

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Essas pesquisas foram realizadas antes que os partidos de esquerda concordassem em um acordo para concorrer em uma plataforma conjunta para tentar se opor à extrema direita e ao campo de Macron com promessas de vincular os salários à inflação e introduzir um imposto sobre a riqueza para os ricos.

O RN apela a políticas económicas protecionistas “França primeiro”.

Espera-se que anuncie detalhes do seu programa económico nos próximos dias e até agora fez apenas comentários gerais sobre o aumento do poder de compra das famílias e a redução dos preços da energia.

‘Encosta escorregadia’

A julgar pelas propostas das últimas eleições parlamentares de 2022, que afirmou que irá cumprir em grande parte, reduziria o IVA sobre a energia de 20% para 5,5% e aumentaria a despesa pública, apesar dos já significativos níveis de dívida pública.

Visitando uma fazenda em Chuelles, ao sul de Paris, o líder do RN, Jordan Bardella, disse que isso seria financiado em parte pela ação contra as brechas fiscais.

A acção sobre as questões do custo de vida seria uma das suas prioridades, disse ele, juntamente com a redução da imigração e a acção dura contra o crime.

“A França está numa ladeira escorregadia, corre o risco de falência”, disse ele, exortando os franceses a “ousarem escolher a mudança”.

As preocupações com a estabilidade desencadearam o maior salto semanal desde 2011 no prémio exigido pelos investidores para deter a dívida do governo francês, e as ações dos bancos caíram esta semana.

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Os dirigentes das principais empresas tecnológicas francesas alertaram que as restrições à imigração propostas pelo partido de extrema-direita Reunião Nacional representam uma ameaça à ambição do país de se tornar o principal centro de IA da Europa.

Enquanto isso, os partidos de esquerda deixaram de lado as diferenças para chegar a um acordo na noite de quinta-feira que inclui o fim da impopular reforma previdenciária de Macron.

“Emmanuel Macron não terá maioria”, disse a líder dos Verdes, Marine Tondelier.

“Ou é a extrema direita ou nós”, disse ela, instando os eleitores de esquerda a apoiarem a nova aliança, apelidada de “Frente Popular”, que reúne os socialistas, os verdes, os comunistas e a França Insubmissa, de extrema esquerda, numa aliança.

Sindicatos e grupos de direitos humanos apelaram às pessoas para participarem em manifestações contra a extrema direita no fim de semana.



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