Vladimir Putin pareceu oferecer vislumbres da sua conspiração para destruir a supremacia da NATO e recuperar um lugar para a Rússia na cena diplomática, sugeriram especialistas.
O presidente russo viajou para a Coreia do Norte na semana passada para fortalecer a sua aliança com o líder Kim Jong-un, antes de se dirigir ao Vietname para uma série de outras reuniões.
Durante a sua visita, Putin disse que está disposto a expandir as discussões sobre as preocupações de segurança da Eurásia para além da Comunidade de Estados Independentes (CEI) liderada por Moscovo e da União Económica da Eurásia (EAEU) ou da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) liderada pela Rússia e pela China.
Em vez disso, o líder russo sinalizou que quer iniciar negociações também com os países BRIC para criar “uma segurança igual e indivisível na Eurásia”.
Entre os países incluídos no grupo BRICs estão Índia, Irã, África do Sul, China e Emirados Árabes Unidos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, também sugeriu que o Kremlin está a trabalhar para estabelecer uma nova “arquitetura de segurança eurasiana” para substituir o sistema euro-atlântico.
O think tank com sede em Washington, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), argumentou que Putin e Lavrov estão a trabalhar para impulsionar as tentativas de Moscovo de formar uma nova aliança “para se posicionar como uma alternativa à NATO”.
A ISW observou que a estratégia parece correr paralelamente aos esforços de propaganda de guerra para “retratar falsamente os países ocidentais como os únicos apoiantes da Ucrânia”.
O think tank sugeriu que a coligação alternativa agiria “como uma alternativa ao Ocidente e minaria a NATO”.
A retórica de Putin contra a aliança atlântica tornou-se mais hostil à medida que os países membros continuam a apoiar os esforços de Kiev para expulsar as forças invasoras da Rússia.