Home Entretenimento Costa compreende voto contra de Itália e “cita” Soares: quer ser “o...

Costa compreende voto contra de Itália e “cita” Soares: quer ser “o presidente de todos aqueles que se sentam no Conselho Europeu”

25
0

O recém eleito presidente do Conselho Europeu disse estar “honrado” com a decisão da maioria dos líderes europeus, que escolheu António Costa na noite de quinta-feira para liderar o órgão e suceder a Charles Michel, apontando que compreende “perfeitamente” o voto contra da Itália.

Esta sexta-feira, em Bruxelas, António Costa disse que a aprovação do seu nome é um “voto de confiança” que o “honra”. “Espero agora durante os dois anos e meio que tenho pela frente contribuir para o prestígio do nosso país, para corresponder ao exemplo dos portugueses que trabalham no estrangeiro e nas nossas comunidades”, disse o ex-primeiro-ministro português aos jornalistas, prometendo que vai trabalhar para “assegurar o funcionamento do Conselho Europeu”.

Agora, para Costa, o objetivo é “por em prática agenda estratégica que foi aprovada, que é a rota para os próximos cinco anos” definida pelos líderes do bloco comunitário.

Costa foi questionado pelo voto contra de Itália, liderada pela primeira-ministra de extrema-direita Giorgia Meloni, que encarou com normalidade e com espírito democrático. Meloni foi a única a votar contra o nome de Costa.

“O Conselho não é uma agremiação de tecnocratas, mas de políticos, que votam de acordo com as suas preferências. Compreendo perfeitamente o voto da primeira-ministra de Itália, com quem conto colaborar com proximidade, como conto colaborar com os outros 26″, sublinhou o novo presidente do Conselho Europeu, que só vai tomar posse em dezembro.

Ursula Von der Leyen, Kaja Kallas e António Costa, no Aeroporto de Bruxelas

OLIVIER HOSLET

O português acrescentou que o voto de Meloni contra a sua candidatura ao Conselho Europeu não é um mau augúrio para as instituições europeias (numa altura em que vários países assistem a um reforço da extrema-direita, nomeadamente em França). “Uma das grandes qualidades da União Europeia é ser uma união de vários estados, todos eles estados de Direito democrático, e onde os respetivos governos são fruto da vontade popular. São democraticamente escolhidos”, vincou.

Ainda sobre Itália, e sobre a ascensão de partidos extremistas às lideranças da Europa, Costa reiterou que “o governo de Itália, como o governo dos outros 26 países, resulta do voto e expressão democrática dos respetivos povos que devemos respeitar”, e o bloco deve trabalhar “em conjunto” para ultrapassar divergências fundamentais.

Costa sucede ao belga Charles Michel e será o primeiro socialista dos Sociais e Democratas europeus a liderar o Conselho Europeu. Marcelo Rebelo de Sousa comentou que o português fora aprovado por líderes dos vários espetros políticos, incluindo pela direita radical (como Viktor Orbán, da Hungria), mas António Costa deixou claro que “toda a gente sabe” que foi eleito por ser “socialista”.

“Para além disso, o presidente do Conselho tem que se saber colocar acima das famílias políticas para o exercício das suas funções, e ter uma noção clara e precisa para que todos os 27 tenham igual direito e mereçam igual respeito”, marcou.

E aproveitou para citar outro histórico socialista português, Mário Soares, para defender uma procura de consensos e de diálogos a nível europeu.”É como a expressão que Mário Soares criou para os Presidentes da República, ‘ser o Presidente de todos os portugueses’. O presidente do Conselho tem de ser o presidente de todos aqueles que se sentam no Conselho Europeu”.

Como só tomará posse em dezembro e, para já, o ex-chefe de Governo português só pensa em descansar, e diz que vai fazer algo que “não faz desde a faculdade”: tirar umas “largas semanas consecutivas de férias”.

O anterior primeiro-ministro e líder do Partido Socialista foi confirmado na quinta-feira como o próximo presidente do Conselho Europeu; acompanhado pelas nomeações de Ursula von der Leyen, que continuará a ser presidente da Comissão Europeia por mais cinco anos; e Kaja Kallas, a ex-primeira-ministra da Estónia, que sucederá a Josep Borrell como chefe da diplomacia europeia.

A sua candidatura mereceu uma defesa acérrima de Luís Montenegro, que escreveu na rede social X (antigo Twitter) que “a Europa enfrenta grandes desafios e contaremos com todos para defender uma União Europeia mais coesa, capaz de construir pontes para que os Estados possam dar às pessoas as respostas de que elas precisam”.

Notícia atualizada às 17h40

Fuente

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here