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Elétricos e híbridos pagam mais imposto a partir de hoje

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Imposto de Importação para veículos eletrificados volta a subir no Brasil e retorna à alíquota de até 35%; veja impacto no preço dos carros

O mercado de carros elétricos e híbridos está em plena ebulição no Brasil, principalmente com o sucesso de modelos chineses, que vêm liderando as vendas no país.

Um dos pontos que contribuiu para esse sucesso instantâneo foram os preços competitivos – que, aliás, abalaram o mercado com reduções em massa nas tabelas de várias marcas. Isso tudo mesmo com o retorno gradual do imposto de importação, que já aconteceu em janeiro deste ano.

Vários carros elétricos e híbridos baixaram de preço em até R$ 100 mil logo após o lançamento do BYD Dolphin, em junho de 2023. Pois o mesmo ocorreu neste ano, no fim de fevereiro, na estreia do Dolphin Mini. O hatch chegou às lojas por R$ 115.800 e, desde então, virou o carro elétrico mais vendido do Brasil.

Na ocasião, a Renault baixou para R$ 99.990 o preço do Kwid E-Tecnologia. Foi a primeira vez que um carro elétrico ficou com preço abaixo de R$ 100 mil. Assim, momentaneamente, a versão a bateria – que vem da China – ficou apenas R$ 20 mil mais caro que um Kwid flex feito no Paraná, com motor 1.0 e câmbio manual.

Antes, o elétrico custava R$ 149.990.

Imposto de importação vai subir

Para acabar com a “festa chinesa”, o governo estuda retomar o imposto de importação até mesmo antes do previsto. Não será uma taxação direta aos chineses, como a feita nos Estados Unidos e na Europa, porque a tarifa por aqui incidirá sobre todos os importados, de qualquer origem.

Por exemplo, a Volvohoje parte do grupo Geelyserá taxada em toda a sua linha de veículos, incluindo o SUV compacto EX30, seu último lançamento.

No decreto de janeiro, carros elétricos, livres de imposto de importação desde 2016, voltaram a pagar 10% de taxa. Mas a alíquota voltou a subir nesta segunda-feira, 1º de julho, para 18%. No caso dos híbridos (HEV e MHEV), o imposto era de até 4%, passou para 15% em janeiro e, agora, chega a 25%.

Assim, gradualmente, vai subir até voltar à alíquota integral de 35%, em 1º julho de 2026 – daqui a dois anos.

A Anfaveaassociação que representa as montadoras de veículos com fábricas no país, quer a retomada do percentual máximo do imposto de importação antes de 2026. Além disso, pede um teto anual médio de 4.800 carros importados por marca – isso sob a condição de preservar os investimentos anunciados pelas marcas associadas, com aportes que somam R$ 130 bilhões até o fim da década.

Carros elétricos em xeque

O impacto do aumento do imposto nos preços dos elétricos e híbridos não deverá ser imediato. Isso porque algumas montadoras, como a BYD, trouxeram grandes lotes de carros da China para “driblar” a taxação. Assim, os modelos têm estoques garantidos para os próximos dois ou três meses.

Mas é fato que em algum momento do segundo semestre vão haver reajustes.

Isso deve ocorrer em todas as marcas, chinesas ou não. Portanto, é cedo para dizer se essa manobra irá conter as vendas de veículos eletrificados. Como se sabe, o Brasil deve se tornar um polo industrial de marcas chinesas – talvez o maior fora da China.

A BYD trabalha na construção da nova fábrica de Camaçari, local onde ficava a planta da Vau; enquanto a GWM prepara a fábrica de Iracemápolis, adquirida da Mercedes-Benz.

Seja como for, o aumento de preços será mais notável nos carros híbridos, que pagam taxa de importação maior. Mas modelos elétricos e híbridos do tipo plug-in também sentirão o impacto da medida. É o caso de BYD Música Plus e GWM Haval H6SUVs que crescem mês a mês no segmento com versões plug-in.

Novos percentuais do imposto de importação

  • Elétricos: sobe de 10% para 18%
  • Híbridos: sobe de 15% para 25%
  • Híbridos Plug-in: sobe de 12% para 20%
  • Comerciais elétricos: sobe de 20% para 35%

Dolphin Mini, Dolphin e Ora 03 na mira

Com estoque para os próximos meses, a BYD trouxe cerca de 60 mil carros para o Brasil no primeiro semestre. Estratégia para garanti-los sem reajuste de preços por algum tempo. Porém, não será assim com todas as marcas. A Volvo, por exemplo, anunciou logo no início do ano os novos preços já com o aumento do imposto- o EX30 ficou 5% mais caro. Assim, passou de R$ 219.950 para R$ 229.950.

Com a taxa de importação passando de 10% para 18%, o crossover deve ficar ainda mais caro, passando aos R$ 240 mil. Entretanto, vale dizer que o repasse da Volvo não foi integral. Além disso, a marca sueca fez um reajuste maior, de 10%, para os SUVs elétricos C40 e XC40 e para os híbridos XC60 e XC90.

Aliás, carros híbridos tendem a subir de preço mais que elétricos. Afinal, o aumento da taxa de importação de 15% para 25% vai penalizar modelos como Kia Niro e Haval H6, bem como Honda Civic a até a picape Ford Maverick. Já híbridos plug-in, como o recém-lançado BYD King e o SUV Song Plus 2025, devem encarecer na proporção dos elétricos a bateria (BEV).

Atualmente, os 10 elétricos mais baratos à venda no Brasil são:

  • Minigolfinho BYD: R$ 115.800
  • Caoa Chery iCar: R$ 119.990
  • JAC e-JS1: R$ 126.900
  • Renault Kwid E-Tech: R$ 139.990
  • Golfinho BYD: R$ 149.800 (R$ 184.800 na versão Plus)
  • GWM Ora 03: R$ 150 mil (R$ 184.000 na versão GT)
  • Seres 3: R$ 199.990
  • Fiat 500e: R$ 214.990
  • BID Yuan Plus: R$ 229.800



BYD Canção Plus DM-i 2025

Foto: Divulgação

Estadão

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