Alguns podem dizer que a maior surpresa aqui é a noção de que alguém estava clamando por um quarto filme “Beverly Hills Cop”. Esta era claramente uma preocupação para o produtor Jerry Bruckheimer, que, depois de sabiamente abandonar o pouco inspirado “Beverly Hills Cop III” de John Landis (que não foi festa para Murphy), passou por vários roteiros e um piloto de televisão fracassado antes de se decidir por um roteiro creditado a Will Beall, Tom Gormican e Kevin Etten. Ao contratar o diretor Mark Molloy (um profissional de publicidade fazendo sua estreia como cineasta aqui), Bruckheimer sinalizou um retorno ao caos de alto estilo de “Beverly Hills Cop II” de Tony Scott, uma escolha segura que, se nada mais, complementa perfeitamente o cenário chamativo da série.
Quanto a como Axel Foley se encaixa em nosso mundo pós-mídia social, onde um influenciador adolescente de Duluth pode parecer tão esperto quanto um pirralho mimado de Beverly Hills, o gancho do peixe fora d’água não é mais novidade nem, francamente, aplicável. O desafio de Foley agora é abrir caminho por um mundo onde a besteira é a moeda do reino e a experiência é boa, mas dificilmente essencial.
Molloy começa o filme fazendo com que Foley, como é costume da franquia, cause um tumulto em sua cidade natal, Detroit. Foley ainda é Foley, só que dessa vez seu rastro de destruição da Motor City é uma dor de cabeça para o agora promovido Chefe Jeffrey Friedman (Paul Reiser, assumindo o lugar do falecido Inspetor Todd de Gil Hill). Inicialmente, parece que nada mudou na vida de Foley. Mas rapidamente aprendemos que, embora ele não tenha superado suas travessuras de canhão solto, ele viveu uma vida entre sequências. E quando ele é forçado a confrontar isso, ele se encontra assustadoramente, atipicamente, sem palavras.
