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Zelensky desafia Trump a revelar alegado plano para acabar com o conflito (guerra, dia 861)

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“Se Trump sabe como acabar esta guerra, deveria dizer-nos hoje”, declarou o Presidente ucraniano, esta quarta-feira, numa entrevista à Bloomberg. Volodymyr Zelensky reagia à informação avançada pelo ‘POLITICO’ de que Donald Trump estará a considerar fazer um acordo com a Rússia para bloquear a futura adesão à NATO de países na sua fronteira, como a Ucrânia e a Geórgia, caso regresse à Casa Branca.

Esta proposta, revelada àquele jornal, sob anonimato, por responsáveis “familiarizados com o pensamento dentro do círculo íntimo de Trump”, é a última de várias que têm sido atribuídas ao ex-presidente norte-americano como forma de alcançar uma solução para a paz na Ucrânia. Segundo o ‘The Kyiv Independent’, um desses planos determinaria a cedência de territórios à Rússia. Em abril, o ‘The Washington Post’ tinha igualmente relatado, citando fontes anónimas, que Trump terá dito em privado que poderia pressionar a Ucrânia a abrir mão da Crimeia e do Donbass para alcançar a paz.

O candidato republicano já prometeu acabar com a guerra em menos de 24 horas, escusando-se a explicar como o faria e reafirmou, no primeiro debate para as eleições presidenciais, que conseguiria parar o conflito enquanto Presidente eleito, ainda antes de entrar oficialmente em funções em janeiro de 2025. No confronto com Joe Biden, Trump disse, no entanto, discordar dos termos da Rússia para um cessar-fogo, que inclui a renúncia da Ucrânia à adesão à NATO e a cedências das quatro regiões que estão hoje parcialmente ocupadas pela Rússia, a par da Crimeia, anexada ilegalmente em 2014.

Na semana passada, dois conselheiros próximos de Trump apresentaram-lhe um plano para travar a guerra, segundo o qual os EUA só continuariam a dar apoio militar à Ucrânia se esta aceitasse entrar em negociações de paz com a Rússia, devendo esta comprometer-se a participar nessas conversações sob pena de Washington aumentar o seu apoio a Kiev.

“Se houver riscos para a independência ucraniana, se perdemos a nossa soberania, queremos estar preparados para isso, queremos saber”, vincou o Presidente ucraniano à Bloomberg. “Queremos saber se em novembro teremos o forte apoio dos EUA ou se estaremos sozinhos.”

A Ucrânia recusa-se a fazer qualquer acordo com a Rússia que comprometa a sua integridade territorial, voltou a frisar o chefe de gabinete do Presidente ucraniano, citado pelo ‘The Kyiv Independent’. “Não estamos dispostos a aceitar compromissos relativamente a coisas e valores muito importantes: independência, liberdade, democracia, integridade territorial, soberania”, asseverou Andriy Yermak.

Questionado sobre a opinião da Ucrânia quanto à capacidade de Trump para negociar a paz na Ucrânia, o chefe de gabinete de Zelensky não elaborou: “Resposta honesta: Não sei. Vamos ver.”

O porta-voz do Kremlin negou, esta quarta-feira, que estejam a decorrer quaisquer conversações entre Trump e Putin sobre as possíveis condições de paz entre a Ucrânia e a Rússia, de acordo com a agência estatal russa Tass. Dmitry Peskov acrescentou que Moscovo não pode comentar a proposta referida “sem conhecer a essência do que está em causa”.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ A Rússia e a China voltaram a mostrar uma frente unida, esta quarta-feira, no Cazaquistão. Vladimir Putin e Xi Jinping encontraram-se pela segunda vez em menos de dois meses em Astana, a pretexto da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (OCS), depois de o Presidente russo ter visitado a China em maio. Putin assegurou que as relações entre Moscovo e Pequim estão atualmente no “melhor período da sua história”. Antes da reunião entre os dois líderes, o porta-voz do Kremlin realçou a cooperação bilateral existente em todos os domínios, “incluindo os sensíveis”. Segundo a Lusa, Putin e Xi já se encontraram mais de 40 vezes.

⇒ O Secretário-Geral da ONU, que se encontra em visita à Ásia Central, também está presente na cimeira da OCS e poderá reunir-se brevemente com Vladimir Putin, embora “não haja planos para uma reunião bilateral separada”, disse Dmitry Peskov, citado pela Tass. António Guterres deu uma entrevista à agência estatal russa em que afirmou que “os problemas que existem na ONU normalmente vêm de grandes potências”, observando que a Rússia “é um país grande e uma grande potência”.

⇒ A NATO irá solicitar a Kiev “passos adicionais” para avançar com as negociações de adesão por considerar que os níveis de corrupção do país permanecem demasiado elevados, disse um alto responsável do Departamento de Estado dos EUA ao jornal britânico ‘The Telegraph’. A posição será apresentada por escrito no comunicado da NATO que sairá da cimeira anual da Aliança Atlântica, agendada para 9 de julho. Elogiando as reformas que Kiev foi implementando nos últimos dois anos, a mesma fonte referiu que são necessárias medidas suplementares, “particularmente na área do combate à corrupção”. “É uma prioridade para muitos dos países à volta da mesa”, salientou.

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