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Alexandre Homem Cristo mete o dedo na ferida: "Se a educação falhar, falhamos todos"

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“A nossa identidade, como parte da sociedade, começa nas escolas”, foi uma das frases com que Alexandre Homem Cristo, secretário de Estado da Educação, terminou a sua intervenção. Ele que, pelo meio, assumiu que o ensino em Portugal está longe de ser perfeito. “Continuo sem perceber porque é que o sistema de matrículas online ‘craxa’ de dois em dois dias e isso é inaceitável…”, afirmou.

E admitiu também que “não é aceitável que os alunos cheguem às salas de aula e não tenham professores, que não se reconheça o esforço dos professores, que o ensino se esteja a deteriorar e que se ache normal que tantos alunos fiquem para trás”. O governante que dar a volta a esta situação e, para isso, pede o envolvimento “de todos: professores, pais, direções”. “Se a educação falhar, falhamos todos. Temos de remar para o mesmo lado. Tragam soluções e nós cá estaremos, este é o princípio de uma longa caminhada”, realçou.

Alexandre Homem Cristo revelou ainda que anunciará em breve, “dentro de 10 a 15 dias”, a estratégia para reforçar a aprendizagem, com base no pressuposto de que ninguém será deixado para trás. Na conferência sobre “Cultura e Identidade” foi feita, sobretudo, uma reflexão com o foco em temas como inclusão, cidadania, educação e mobilidade social, no sentido de se construírem sociedades mais justas e inclusivas.

O discurso de abertura foi da responsabilidade de José Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro. E, quando falou em imigração, admitiu que “boa parte dos imigrantes vem à procura de uma vida melhor, mas, para isso, precisa de ser apoiado, precisa de apoio social”. “Se não for assim, não tem condições. Esta é a verdade”, disse, reconhecendo a boa integração da comunidade imigrante na cidade de Aveiro.

A primeira mesa redonda da tarde, sobre Inclusão e Cidadania, contou com a participação de Teresa Grancho (vereadora e presidente da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Aveiro) e José Pina (coordenador Aveiro 2024), havendo depois lugar para a gravação do podcast “Bloco Central”, com Paulo Baldaia (jornalista do Expresso), Pedro Marques Lopes (comentador da SIC) e Pedro Siza Vieira (ex-ministro, nos XXI e XXII Governos Constitucionais, e colunista do Expresso). Na segunda mesa redonda da tarde, que abordou o tema “Educação & Mobilidade Social”, o foco esteve em Rui Costa (diretor de Recursos e Projetos Especiais da Fundação Serralves) e Mónica Vieira (coordenadora da Iniciativa Educação, da Fundação Francisco Manuel dos Santos). Os trabalhos desta sessão, que está inserida no programa Aveiro, capital portuguesa da cultura 2024, concluíram-se com o discurso de encerramento de Alexandre Homem Cristo.

Conheça as principais conclusões.

Cidadania

  • “Penso que surgem alguns perigos perante alguma incerteza no futuro… Neste momento existe cidadania com muita mobilidade, falta sentido de pertença e responsabilidade”, anotou José Pina.
  • O coordenador do programa Aveiro 2024 defendeu que “é importante envolver os jovens nas iniciativas culturais”, pois muitas vezes estão focados nas novas tecnologias, às quais reconheceu importância “quando bem utilizadas”.
  • “A partilha (cultural) torna o pensamento eclético e aberto”, afirmou Teresa Grancho, admitindo que é um “desafio permanente” a forma de acolher a comunidade imigrante: “Todos têm de perceber como podem comunicar com a ‘nova gente’. Tem de haver trabalho de equipa”.

Condições de vida

  • “Quanto mais precisamos da comunidade, mais nos afastam dela. As pessoas andam mais distantes e a sociedade evolui quando todas se juntam”, disse Pedro Marques Lopes.
  • “Andámos sempre de um lado para o outro, sempre recebemos pessoas, povos de todos os lados, que se integraram. Os portugueses sempre emigraram em busca de melhores condições de vida”, comentou Pedro Siza Vieira.

Informação

  • “Há um progresso extraordinário no acesso às escolas, os indicadores cresceram muito, colocámos pessoas nas escolas. Agora há o desafio da qualidade na educação”, disse Mónica Vieira.
  • Mónica Vieira considerou a literacia fundamental para os alunos chegarem a outro nível de aprendizagem e considerou decisivo o “combate às desigualdades”.
  • “Temos cinco vezes mais alunos no ensino superior”, reforçou Rui Costa, assumindo que “a elevada média de idades dos professores é uma preocupação”.

Inteligência artificial

  • “Gostava que, em primeiro lugar, fosse para ajudar os professores, pois existem muitas tarefas burocráticas. Ela vai entrar nas salas de aula, há que adaptá-la às necessidades e práticas educativas”, considerou Mónica Vieira.
  • “A Inteligência Artificial é inevitável e pretende-se que melhore a nossa vida, apesar de todos os riscos que tem”, reforçou Rui Costa.

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