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Centeno tem razão "na teoria"diz Lagarde. "Podemos descer os juros em todas as reuniões deste ano. Mas só com dados fortes"

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O Banco Central Europeu (BCE) pode, “na teoria”, descer as taxas de juro em todas as reuniões de política monetária até ao final deste ano, disse Christine Lagarde, presidente da autoridade bancária, em entrevista à RTP, dando razão ao que foi dito por Mário Centeno, Governador do Banco de Portugal. Mas, para isso, é preciso que os dados deem confiança de que a inflação não voltará a subir.

“Em teoria, o que o meu bom amigo e colega Mário Centeno diz, está correto. Pode acontecer em todas as nossas reuniões, mas com base num forte conjunto de dados”, frisou a líder francesa, acrescentando que para isso, vão ser fundamentais os dados sobre três indicadores: salários, lucros e produtividade “porque contribuem imenso para a inflação dos serviços”. “Temos de estar particularmente atentos à inflação nos serviços”, disse.

Ao Jornal de Negócioso governador do Banco de Portugal, mostrou-se confiante com a continuação da descida dos juros durante este ano, apesar de não ter avançado com números concretos. Centeno disse, tal como Lagarde, que o fundamental era ter números que suportem uma redução sustentada de taxas.

Na mesma entrevista à RTP, Lagarde teceu vários elogios à economia portuguesa. “Portugal teve progressos significativos e resultados magníficos. Quando vemos a atividade, a posição das finanças públicas, é impressionante. E olho principalmente para os números do desemprego. O desemprego baixou para 6,5%. Portanto, há muitos sinais verdes na economia portuguesa”.

“E sinais vermelhos?”, perguntou a jornalista Marina Conceição: “Eu mencionaria um sinal vermelho: o desemprego jovem. Espero realmente que haja políticas públicas para ajudar os jovens a entrar no mercado de trabalho. Porque isso é uma preocupação”.

Na última reunião de política monetária, a 6 de junho passado, o BCE cortou os juros em 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual), descendo a taxa de refinanciamento para 4,25% e a taxa de remuneração dos depósitos dos bancos comerciais nos cofres do Eurosistema para 3,75%. E as minutas desse encontro, divulgadas esta sexta-feira, confirmaram que a decisão não foi unânime. Houve um decisor que se opôs a esta redução.

No discurso inicial do Fórum do BCEque decorreu em Sintra, entre 1 e 3 de julho, Lagarde explicou que o combate à inflação não está ganho e que a “aterragem suave” ainda não está garantida. “O nosso trabalho não está concluído e temos de permanecer vigilantes”, reiterou Lagarde, que reconheceu como sendo “um desafio profundo para os decisores políticos” esta incerteza.

Durante os três dias, o foco esteve no combate à inflaçãomas a presidente do regulador europeu vincou ainda a sua preocupação com o cumprimento das regras orçamentais na Europa e falou também da sua preocupação com os preços no setor dos serviços, que persiste acima da meta nos 4,1%.

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