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Governo húngaro explica apoio a Costa no Conselho Europeu e diz que Von der Leyen “falhou”

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Viktor Orbán é o líder mais antigo à mesa do Conselho Europeu e também o mais polémico. Mas o primeiro-ministro húngaro confia que as reuniões de chefes de Estado e de Governo podem correr melhor com António Costa a presidi-las. “Acreditamos que Costa vai ser capaz de gerir o Conselho de forma eficaz, porque tem experiência”, disse esta quinta-feira Zoltán Kovács ao Expresso e a um grupo de jornalistas em Budapeste.

O ministro húngaro para a comunicação internacional explica o voto favorável de Orbán para eleger o novo presidente do Conselho Europeu: “o primeiro-ministro conhece-o. Não se esqueçam de que (Orbán) está na política há 30 anos”, acrescenta.

A Hungria assume até ao final do ano a presidência rotativa do Conselho da União Europeia. António Costa só assumirá funções no Conselho Europeu em dezembro, mas Budapeste espera uma boa cooperação, não só entre as duas instituições, mas também depois. Costa e Orbán são de espectros políticos opostos e não tinham posições alinhadas quando o português era primeiro-ministro, mas têm uma relação cordial e, há um ano, Costa até fez uma paragem em Budapeste onde assistiram a um jogo de futebol juntos.

O ministro dos Assuntos Europeus, János Bóka descreve o socialista como “um parceiro fiável”, com “um longo percurso, incluindo a alto nível” apontando-lhe “competências de grande precisão”. Diz que está “ansioso por trabalhar” com o português.

Mas as palavras simpáticas para Costa contrastam com as duras críticas a Von der Leyen. Viktor Orbán foi o único a votar contra a alemã para presidente da Comissão Europeia. “Temos uma opinião clara sobre a Sra. Von der Leyen: ela falhou”, afirma Kovács.

É conhecido o descontentamento do Governo húngaro com o Executivo comunitário, sobretudo depois de Bruxelas ter avançado com o congelamento de parte dos fundos de coesão e também do plano de Recuperação e Resiliência, por causa das ameaças de Budapeste ao Estado de Direito. No final do ano passado foram desbloqueados cerca de dez mil milhões de euros de fundos estruturais, mas há uma fatia de igual dimensão que continua inacessível e há o risco de parte ser perdida para sempre se não for desbloqueada até final do ano.

“Está a ser usada como arma política, é chantagem”, acusa Zoltán Kovács. É evidente o descontentamento com a equipa de Von der Leyen, que Orbán até ajudou a eleger em 2019. “Não foi uma comissão bem sucedida nos últimos cinco anos”, insiste.

Budapeste mantém o braço-de-ferro e recusa recuar na legislação que a Comissão Europeia – apoiada pela maioria dos Estados-membros – considerou que ameaçava o Estado de Direito e a boa utilização dos fundos. Mas o Governo de Orbán discorda. Kovács argumenta que o dinheiro dos fundos, sobretudo de coesão devia ser “para melhorar as infraestruturas, o acesso aos mercados” e não para ser retido por “razões políticas”, “devido à posição (húngara) sobre migrações, sobre a questão LGBTQ e outras”.

Nos próximos seis meses, será o Governo húngaro a presidir às diversas reuniões de ministros – das Finanças, Agricultura, Administração Interna, etc. – e a gerir as maiorias e consensos entre os 27 para fazer avançar a máquina legislativa.

Para Orbán é já a segunda vez que assume uma presidência rotativa da UE desde que é primeiro-ministro. Está no cargo há mais de 13 anos e com a saída do holandês Mark Rutte, é ele o mais antigo à mesa do Conselho Europeu.

O Expresso viajou num grupo de jornalistas correspondentes em Bruxelas a convite da presidência húngara da UE

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