Desde o ataque do Hamas contra Israel, em 7 de outubro, e posterior guerra espoletada na Faixa de Gaza, também a violência se intensificou na Cisjordânia (território ocupado por Israel desde 1967), onde 557 palestinianos foram mortos pelo exército israelita ou colonos também de Israel.
O Ministério da Saúde palestiniano anunciou esta quarta-feira mais quatro mortes (quatro homens, com idades entre os 20 e os 25 anos) em resultado de um ataque de Israel ao campo de refugiados de Nur Shams, perto da cidade de Tulkarem, no norte da Cisjordânia. O exército de Israel, por sua vez, garante que apenas atingiu “uma célula terrorista quando esta preparava um engenho explosivo”.
Precisamente na Cisjordânia, a organização palestiniana Peace Now denuncia que as autoridades israelitas aprovaram recentemente a apropriação de 12,7 quilómetros quadrados de terras no Vale do Jordão, sendo este o maior confisco, acusam, de terras na Cisjordânia ocupada em mais de três décadas.
Os palestinianos consideram a expansão dos colonatos na Cisjordânia ocupada (Israel construiu mais de 100 colonatos em toda a Cisjordânia e neles vivem mais de 500 mil colonos judeus) como o principal obstáculo a qualquer acordo de paz duradouro.
Das Nações Unidas chega também hoje a notícia de que as relatoras para os Territórios Palestinianos Ocupados e para a independência judicial, Francesca Albanese e Margaret Satterwaithe, expressaram preocupação face às recentes medidas para aumentar o poder administrativo dos colonos na Cisjordânia — consideradas uma tentativa dissimulada de anexação por parte de Israel.
As relatoras recordaram que a anexação de territórios palestinianos “é absolutamente proibida pelo direito internacional”.
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⇒ Na cidade de Carmiel, no norte de Israel, um homem ficou esta quarta-feira gravemente ferido e outro morreu depois de terem sido esfaqueados num centro comercial. O atacante também morreu no local. A polícia de Israel declarou que prossegue a investigação, mas fontes políticas dizem que o atacante (residente na cidade israelita de Nahf, de maioria árabe) poderá ter tido uma motivação terrorista. Prontamente o grupo islamita palestiniano Hamas afirmou que o acontecimento é “uma reação natural aos crimes da ocupação”, enquanto o movimento Jihad Islâmica aplaudiu a “operação heróica” que representa uma “resistência e resposta do povo”. Mas, afinal, pode não ter sido um ataque com tamanho significado político. A irmã do atacante abatido (que estava com ele e com a mãe de ambos no local) garante que pediu ajuda ao irmão “após ter sofrido assédio no centro comercial”, garantindo que o comportamento do irmão “não tem conotações nacionalistas”.