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Agência da Organização Mundial da Saúde classifica talco como “provavelmente cancerígeno”

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A Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o talco como “provavelmente cancerígeno” para o ser humano. Após uma “análise exaustiva” da literatura científica disponível, realizada por um grupo de 29 peritos internacionais, o resultado da avaliação foi divulgado nesta sexta-feira num artigo de síntese publicado em revista científica A Oncologia Lancet.

O organismo da OMS colocou o talco no grupo 2A da classificaçãoo que corresponde ao segundo nível mais elevado de certeza de que uma substância pode causar cancro. A decisão baseia-se numa “combinação de provas limitadas de cancro em seres humanos”, especificamente no ovário, “provas suficientes de cancro em animais de laboratório” e “fortes provas mecanicistas de que o talco apresenta características-chave de agentes cancerígenos em células primárias humanas e sistemas experimentais”.

A IARC explica que a exposição ao talco, um mineral extraído em várias regiões do mundo, ocorre em ambiente profissional durante a extração, moagem e processamento ou durante o fabrico de produtos que o contêm. A exposição da população em geral dá-se sobretudo através da utilização de cosméticos e pós corporais, mas também é “provável” através de alimentos ou medicamentos. Outra preocupação é a contaminação do talco com amianto.

MIKE BLAKE/REUTERS

A análise concluiu que “numerosos estudos” demonstraram “de forma consistente” um aumento da incidência de cancro do ovário em pessoas que declararam utilizar pó de talco na região perineal. “Embora a avaliação se tenha centrado no talco que não continha amianto, não foi possível excluir a contaminação do talco com amianto na maioria dos estudos com seres humanos expostos”, aponta a agência.

Além disso, também não foi possível excluir “a existência de enviesamentos na forma como a utilização de talco foi comunicada nos estudos epidemiológicos”. “Como resultado, não foi possível estabelecer plenamente um papel causal para o talco”, salienta a IARC.

Foi ainda observado um aumento da taxa de cancro do ovário em estudos que analisaram a exposição profissional de mulheres que trabalham na indústria da pasta de papel, mas não foi possível eliminar a possibilidade de “confusão” por exposição simultânea ao amianto.

JUSTIN LANE/EPA

Quanto aos animais, neste caso ratos, o talco provocou um aumento da incidência de neoplasias malignas nas fêmeas (medula suprarrenal e pulmão) e neoplasias benignas e malignas nos machos (medula suprarrenal).

No âmbito do mesmo trabalho, o acrilonitrilo, um composto utilizado em plástico e têxteis, foi colocado no grupo 1 devido à classificação como “cancerígeno”, especialmente devido à existência de “provas suficientes” de cancro do pulmão em seres humanos.

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