A visita surpresa a Moscou do primeiro-ministro húngaro Viktor Orban atraiu críticas de um importante político da UE.
O Sr. Orban foi fotografado apertando a mão e sentado ao lado do presidente russo Vladimir Putin, dois anos e meio após a invasão ilegal da Ucrânia.
A guerra no leste europeu transformou Putin em um pária para a maior parte do mundo ocidental, mas o Sr. Orban manteve firmemente seus laços com o Kremlin.
Seu último encontro com o presidente russo foi parte de uma “missão de paz”, afirmou Orban no X, e ocorreu após sua visita à Ucrânia na terça-feira — a primeira desde o início da guerra.
Entre aqueles que condenaram veementemente a viagem do Sr. Orban a Moscou estava o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.
Ele postou no X: “O primeiro-ministro Orban a caminho de Moscou: ‘Serviremos como uma ferramenta importante para dar o primeiro passo em direção à paz’.”
Criticando a decisão, o Sr. Tusk emitiu uma reação de nove palavras, dizendo: “A questão é em quem está essa ferramenta.”
Após a viagem, o Sr. Tusk já havia criticado o Sr. Orban, escrevendo na plataforma de mídia social: “Os rumores sobre sua visita a Moscou não podem ser verdadeiros, Viktor Orban, ou podem?”
A reunião entre Putin e Orban ocorreu poucos dias depois de a Hungria assumir a presidência rotativa de seis meses do Conselho da UE, causando ainda mais alvoroço em Bruxelas.
Charles Michel, o presidente cessante do Conselho, declarou na quinta-feira: “A presidência rotativa da UE não tem mandato para se envolver com a Rússia em nome da UE. Nenhuma discussão sobre a Ucrânia pode ocorrer sem a Ucrânia.”
Ursula von der Leyen, a Presidente da Comissão Europeia, emitiu palavras igualmente duras, ao declarar: “Apaziguamento não vai parar Putin. Apenas unidade e determinação pavimentarão o caminho para uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia.”
A Hungria se tornou membro da UE em 2004 e é um país da OTAN desde 1999. Por fazer parte do grupo militar ocidental, a Hungria precisaria se juntar a outros países da OTAN em um conflito contra a Rússia, sendo a aliança diretamente atacada pelo Kremlin.
