O incendiário eurocético que lidera o partido Reform UK derrotou seu concorrente conservador na disputa pela cadeira de Clacton em Essex, garantindo uma vaga na Câmara dos Comuns do Reino Unido pela primeira vez em sua carreira política – e imediatamente prometendo montar uma forte oposição ao Partido Trabalhista.
Farage chamou sua vitória “o primeiro passo de algo que vai surpreender todos vocês”, prometendo transformar o Reform UK na principal oposição, mesmo com a projeção de que seu partido garanta apenas 13 das 650 cadeiras.
“Há uma lacuna enorme na centro-direita da política britânica e meu trabalho é preenchê-la”, ele disse, alegando “este é o começo do fim do Partido Conservador.”
Os conservadores do Reino Unido sofreram sua pior derrota eleitoral na história, garantindo apenas 131 assentos, de acordo com pesquisas de boca de urna. Antes do primeiro-ministro Rishi Sunak dissolver o Parlamento e convocar uma eleição geral, o partido governante tinha uma maioria de 344 assentos.
Farage proclamou que o seu partido iria “agora esteja mirando os votos trabalhistas”, como as pesquisas sugeriram, sua vitória esmagadora foi motivada pelo ressentimento contra os conservadores, e não pela confiança no líder do partido, Keir Starmer.
“O que é interessante é que não há entusiasmo pelo Partido Trabalhista, não há entusiasmo algum por Starmer. Na verdade, cerca de metade dos votos é simplesmente um voto anticonservador,” ele disse. “Estamos indo atrás do Partido Trabalhista, não tenha dúvidas sobre isso.”
Farage foi membro do Parlamento Europeu (MEP) de 1999 até a saída do Reino Unido da UE em 2020, mas nunca havia sido eleito para o Parlamento Britânico antes.
Antes da eleição, Farage foi acusado de ser simpatizante de Moscou após culpar a expansão da OTAN na Europa pelo conflito na Ucrânia. Durante uma entrevista à BBC no mês passado, ele alegou que o bloco militar liderado pelos EUA deu ao governo russo uma desculpa para reunir apoio doméstico para a operação.
O embaixador russo no Reino Unido, Andrey Kelin, disse que esperava acusações de interferência eleitoral, embora acredite que nenhum resultado poderia mudar significativamente a política britânica em relação à Rússia.
