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Putin reconhece Orbán como representante europeu, para revolta dos líderes europeus: “está sozinho nisto”

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A viagem de Viktor Orbán à Rússia provocou fortes divergências entre os líderes europeus e a presidência húngara do Conselho da União Europeia. E, no encontro entre Orbán e Vladimir Putin, o Presidente russo fez questão de acentuar essas divergências, ao acolher o primeiro-ministro húngaro como “presidente do Conselho da União Europeia”.

Ao longo da manhã, tanto os líderes de cargos europeus, como Ursula von der Leyen e Charles Michel, como chefes de Governo pela Europa fora, demarcaram-se da visita de Orbán a Moscovodeixando claro que o líder autoritário húngaro estava a agir por conta própria.

Vladimir Putin acolheu Viktor Orbán com uma cerimónia oficial e, citado por órgãos internacionais, disse que esperava que pudessem “falar sobre as relações bilaterais nestas difíceis circunstâncias, sobre a maior crise europeia, que é a situação na Ucrânia”.

“Estou ao seu dispor e entendo que já saberá quais são as minhas posições sobre este assunto e as propostas que temos feito. Estamos prontos para falar sobre todos os aspetos da situação e espero que partilhe comigo a sua posição e a perspetiva dos parceiros europeus”, afirmou o ditador russo, no Kremlin.

Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, com Vladimir Putin, presidente da Rússia

GRIGORY SYSOEV /SPUTNIK / PISCINA DO KREMLIN

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Orbán agradeceu o carinho demonstrado por Putin e recordou o passado de reuniões – este é o 11.º encontro entre os dois desde 2009. “Mas é uma ocasião mais especial do que as outras. Como referiu, a Hungria detém a presidência do Conselho da UE desde o dia 1 de julho”, evocou o primeiro-ministro húngaro.

Mas Viktor Orbán aproveitou ainda para criticar os seus próprios parceiros do bloco europeu, ao considerar que “o número de países dispostos a falar com ambos os lados da guerra está a desaparecer gradualmente”. “Estamos lentamente a chegar a um ponto onde a Hungria é o único país na Europa capaz de falar com outros países. E quero aproveitar esta situação para falar sobre os assuntos importantes para a Europa”, reclamou o líder húngaro.

As declarações de Orbán sobre bilateralismo não são novas, mas o primeiro-ministro e o seu partido de extrema-direita são conhecidos também pela sua proximidade ao Kremlin, após denúncias por órgãos independentes húngaros sobre as relações entre Budapeste, Moscovo, e também Pequim. Viktor Orbán foi, até agora, o único líder europeu a visitar Putin desde o início da invasão russa na Ucrânia.

Quanto à forma como foi apresentado, como chefe de Governo da Hungria que ocupa a presidência rotativa do Conselho da UE, o reconhecimento de Putin não terá deixado contentes os outros líderes europeus. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, admoestaram Orbán pela visita e sublinharam que este não representava os interesses da Europa no seu todo. “O apaziguamento não vai parar Putin”, sublinhou von der Leyen.

Outros líderes europeus juntaram-se aos representantes da UE em condenar a viagem de Orbán a Moscovo, com várias mensagens nas redes sociais. O Governo da Suécia usou o X (antigo Twitter) para acusar o primeiro-ministro húngaro de ser “irresponsável e desleal ao usar a presidência da Hungria do Conselho para visitar Moscovo e Putin”.

“Envia o sinal errado para o mundo e é um insulto à luta do povo ucraniano pela sua liberdade. Orbán está sozinho nisto”, afirmou a conta oficial do primeiro-ministro Ulf Kristersson.

Apesar de se apresentar na capital russa como representante europeu, Orbán reconheceu que não estava em Moscovo para negociar em nome da UE. “O que estou a fazer pode parecer uma negociação, porque estamos sentados numa mesa e discutimos assuntos, mas nós não negociamos. É por isso que não preciso de um mandato, eu não represento nada”, atirou, numa entrevista a uma rádio húngara, citada pelo Politico.

Antes da viagem à Rússia, Orbán esteve na terça-feira em Kiev, onde reafirmou que defende a soberania da Ucrânia e apelou a um cessar-fogo permanente na região, mas manteve o distanciamento da Hungria relativamente ao fornecimento de armas para as forças ucranianas.

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