Home Entretenimento Hospitais com cirurgia oncológica em atraso vão ser penalizados

Hospitais com cirurgia oncológica em atraso vão ser penalizados

Depois da cirurgia ao cancro e das primeiras consultas hospitalares, o Governo vai avançar agora com novos incentivos para a redução da lista de espera cirúrgica geral. A medida deverá avançar a partir de 31 de agosto, como o Expresso já noticiou para o acesso às primeiras observações em especialidades hospitalares, mas vai deixar de fora as unidades com doentes oncológicos por operar além do devido.

Ao Expresso, o antigo coordenador do grupo autor do “Plano de Emergência e Reforma do SNS”, E urico Castro Alves, adiantou que os novos incentivos para reduzir a lista de espera cirúrgica não oncológica vão ser postos em marcha assim que entrar em funcionamento o novo mecanismo de gestão. O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) dará lugar ao Sistema Nacional de Acesso a Consulta e Cirurgia, permitindo o pagamento de novos valores acrescidos para as cirurgias em atraso, e também para acesso às primeiras consultas nos hospitais públicos.

O valor a pagar às equipas pelo esforço suplementar em operar os doentes em espera além das recomendações clínicas não foi revelado por Eurico Castro Alves, mas será “compensador”. Irá funcionar por patamares de desempenho e ter uma vigência limitada, até ao fim do ano. “O pagamento adicional de cirurgias terá exigências, como o hospital não ter doentes oncológicos em espera além do recomendado ou que reiteradamente deixando estes doentes em espera ou doentes com outras patologias antigos e por operar, aqueles doentes que vão ficando esquecidos – não é feito com dolo, mas vai-se avançando com os doentes mais fáceis e alguns mais complexos vão ficando para trás”, avisa o cirurgião.

Gerenciador de lista de espera

O médico avança ainda que a gestão das próprias listas de espera, seja para consultas ou intervenções cirúrgicas no Serviço Nacional de Saúde (SNS), vai ter de mudar. “A lista de espera tem de ser vista como uma questão vital para o país e a sua gestão tem de ser feita pelo próprio conselho de administração, tem de ser um gestor responsável pela lista e não apenas o médico que lá coloca o doente.”

Eurico Castro Alves critica a ‘terra de ninguém’ que são as listas de inscritos à espera de resposta do SNS. “Percebi que em muitos unidades não há ninguém a gerir as listas, com pessoas que já morreram, que já foram operadas, observadas, mas não foram retiradas das listas. As listas, às vezes, crescem porque há doentes que já não lá estar.” O perito afirma que “é necessário um sistema moderno, contudo, enquanto não existe são precisas pessoas para olharem para as listas todos os dias”.

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