O ambiente é de tensão e total negociação política dentro do Parlamento Europeu (PE), que toma posse na próxima terça-feira, em Estrasburgo. Ursula von der Leyen anda de grupo em grupo — e nos gabinetes de vários eurodeputados — a tentar dissipar dúvidas e assegurar os 361 votos de que precisa para ser reeleita presidente da Comissão Europeia.
O risco de a alemã ser chumbada é real, e os grupos políticos, sobretudo o Renovar a Europa (RE, liberais) e Socialistas & Democratas (S&D, centro-esquerda) usam essa possibilidade para pedir mais garantias e fazer reivindicações. Do lado do Partido Popular Europeu (PPE, centro-direita), há alguma impaciência, porque se Von der Leyen chegou até aqui, foi graças a um acordo entre os dirigentes destas mesmas três famílias políticas. Só que as respetivas bancadas no PE recusam-se a assinar de cruz a escolha de Emmanuel Macron, Pedro Sánchez e companhia. Mesmo dentro do PPE, há resistentes a votar na presidente recandidata.