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Cartas ao director

O direito ao segredo de justiça

Subsistem há demasiado tempo inúmeros problemas, por enquanto insolúveis, na administração da justiça. Não há, por certo, medidas expeditas para os solucionar. Uma das formas de os atacar poderá ser isolar cada um deles e confeccionar contramedidas. Vejamos, por exemplo, a defesa do segredo de justiça. Atrevo-me a sugerir que, perante uma comprovada fuga de elementos que deveriam manter-se fora do domínio público, deveria de imediato fazer-se a constituição de um único e só arguido, o delegado do Ministério público encarregado dos autos. Assim, com força de lei, todos saberíamos com antecipação quem seria chamado na hora a defender-se no seu campo e a chamar eventuais co-responsáveis e, nomeadamente, outros elementos do mundo judiciário. Claro que, com o nível de sensibilidade desta classe, esta medida iria provocar verdadeiras torrentes de incomodidade. Mas não será tempo de alguém se mobilizar para responder ao acumular de erros e sequestros sofridos por cidadãos desprotegidos?

Pedro Figueiredo, Costa de Caparica

A pergunta que faltou

Senhora procuradora, como explica o facto de nas buscas à casa de Rui Rio, quando chegaram os investigadores, já lá estarem as televisões? No caso da Madeira, as televisões viajaram no dia anterior. Como a senhora disse na entrevista que gosta da discrição, era bom que os seus subordinados também gostassem. Se também não é responsável por isto, é evidente que é preciso alguém que ponha ordem na casa. Uma vez que o jornalista não fez a pergunta, é bom que a façam os deputados, porque queimar pessoas em lume brando não é próprio de um regime democrático.

Quintino Silva, Paredes de Coura

Biden, vá para casa

Até pelo respeito e pela dignidade da velhice e dos velhos, Joe Biden já devia ter desistido de concorrer a um segundo mandato presidencial nos EUA. Até por respeito a si próprio. Até para não ter de estar sempre a justificar-se, que está bem, até “da cabeça”. Até para não ter a mulher que andar a percorrer os EUA a garantir que o marido está óptimo, como se tivesse menos 20 anos. Se não se notasse que Biden está a sofrer o desgaste da idade, não só em flagrante, no mais recente debate com Donald Trump, como em situações anteriores, a caminhar, a falar, a reflectir, está velho. Não deve concorrer a um segundo mandato presidencial, está com limitações que não o impedem de ser um conselheiro, mas obstam a que faça uma campanha eleitoral e seja Presidente mais quatro anos. Acontece com jogadores da bola, até com Papas – que não assumem, normalmente –, sendo que a eleição destes pelos seus pares é, supostamente, vitalícia. A cada dia que Biden não desiste, menos Trump precisa de fazer o que quer que seja para voltar à Casa Branca, é só esperar, e mais dificulta o trabalho de uma sucessão. E se Biden e Trump só afectassem o amanhã dos EUA, problema deles, mas ainda afectam o mundo e devia haver lucidez a analisar isto, e menos egocentrismo.

Augusto Kuttner, Porto

Escola, uma panaceia?

As chagas sociais derivadas de vários factores têm aumentado. Cada vez mais se aponta a escola como meio profiláctico para debelar essa multiplicidade de situações. São-lhe atribuídas tantas funções e tarefas que ela acaba por não ter capacidade para acudir a tudo. Enquanto espaço socializante e socializador, tem potencial para minimizar os efeitos devastadores de certos conflitos. Porém, a escola não deve estar sozinha nesse difícil confronto. Os principais aliados devem ser: as famílias, depois de lhes darem condições socioeconómicas; uma eficaz regulação do acesso às redes sociais; programas desportivos escolares e extra-escolares; revisão de currículos do ensino profissional e do ensino regular para programas adaptados.

José M. Carvalho, Chaves

PÚBLICO Errou

No artigo “Para recuperar prédio na Lapa, câmara dá outros dois prédios no centro do Porto”, publicado na edição de quarta-feira, dia 10, na página 16 da edição Porto, referiu-se erradamente que a empresa que ficar com a obra de recuperação do prédio na Lapa terá ainda direito a receber a diferença do valor dos prédios. Na verdade, é o contrário: é a empresa que terá de pagar essa diferença (entre 150 mil e 450 mil euros) à empresa municipal Porto Vivo – Sociedade de Reabilitação Urbana. Aos visados e aos leitores, o nosso pedido de desculpas.

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