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Entrevista a Benjamin Clementine: “Vim do nada, não tenho medo de voltar para o nada”

Em 2023, antes dos concertos que deu em Lisboa e no Porto, Benjamin Clementine disse não acreditar no conceito de casa. “Acho que é um conceito vazio”, sentenciou então em entrevista ao Expresso. “Estamos no Universo. Proclamar que um pedaço de terra é a tua casa é um bocado ridículo, diria eu.” Nascido em Inglaterra em dezembro de 1988 (100 anos depois de Fernando Pessoa, descobrirá no decurso desta entrevista), teve uma infância marcada pelo assédio moral e pela desarmonia familiar. Aos 11 anos descobriu o piano, cujos segredos começou a deslindar, contra a vontade do pai, que preferia que o mais novo dos seus cinco filhos se tornasse advogado. Aos 16 anos, após o divórcio dos pais, de origem ganesa, mudou-se para Paris, onde durante vários anos tocou na rua e no metro, vivendo em condições precárias. Seria em França que a sua música, profundamente original e poética, seria descoberta por um agente, que o ajudou a pôr a carreira em marcha. Em 2015, o seu primeiro álbum, “At Least for Now”, recebeu o Mercury Prize, importante galardão da indústria discográfica de Inglaterra. Desde a sua primeira atuação em Portugal, há nove anos, Clementine tornou-se um artista altamente estimado pelo público nacional. O espetáculo que deu em Paredes de Coura, em 2017, foi o seu “melhor de sempre”, disse-nos em 2023. “Sempre que estou mais em baixo, penso nesse concerto e fico mais animado.” Em 2024, a sua prioridade passa por explorar novas ideias musicais e cénicas, tentando não olhar a custos (“A grande arte tem um preço”, acredita), e por continuar a apostar na representação. No final do ano surgirá no elenco de um novo filme do realizador britânico Steve McQueen sobre a II Guerra Mundial.

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