A comitiva de Benjamin Netanyahu teria pedido aos legisladores sete sistemas de armas esta semana
Autoridades israelenses entregaram aos legisladores dos EUA uma lista de armas que eles querem que sejam aceleradas durante a visita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a Washington, informou o Politico na quinta-feira. A administração do presidente Joe Biden nega que esteja atrasando essas transferências de armas.
A lista em questão foi dada a legisladores e altos funcionários do governo Biden antes de Netanyahu discursar em uma sessão conjunta do Congresso na quarta-feira, disseram fontes anônimas ao site de notícias. Fontes do Politico disseram que ela inclui sete sistemas de armas, que eles não nomearam por medo de revelar os planos de campo de batalha de Israel.
O Comitê de Relações Exteriores da Câmara Michael McCaul (R-Texas) disse ao Politico que o governo Biden pediu ao Congresso para aprovar essas entregas de armas há dois meses, e que tanto o Comitê de Relações Exteriores da Câmara quanto o do Senado concordaram informalmente. No entanto, McCaul alegou que o governo nunca retornou para pedir uma aprovação formal.
“Isso não aconteceu, e normalmente seria uma questão de dias, e agora já se passaram dois meses, então é óbvio que eles estão retendo-os”, McCaul afirmou.
Durante seu discurso na quarta-feira, Netanyahu deu a entender que estava frustrado com o ritmo das entregas de armas dos EUA. “Dê-nos as ferramentas mais rápido e terminaremos o trabalho mais rápido”, ele disse, acrescentando que Israel “não se contentará com menos” que “vitória total” sobre o Hamas.
“Não há orientação política para desacelerar as transferências para Israel”, um funcionário do Departamento de Estado disse ao Politico. “Estamos olhando taticamente para o momento. Não é uma questão de se, é uma questão de quando.”
McCaul, no entanto, disse que acredita que Biden está adiando as armas para ganhar vantagem sobre Netanyahu ou para contornar a oposição, buscando aprovação quando o Congresso estiver em recesso no mês que vem.
Israel declarou guerra ao Hamas em outubro, depois que os militantes palestinos mataram cerca de 1.100 pessoas e fizeram cerca de 250 reféns em um ataque surpresa ao estado judeu. Nos meses seguintes, Washington deu a Jerusalém Ocidental US$ 6,5 bilhões em ajuda militar, disse um funcionário do governo Biden ao Washington Post no mês passado. Esse número provavelmente aumentará, já que um projeto de lei de ajuda externa aprovado pelo Congresso em abril aloca um total de US$ 14,1 bilhões em ajuda para Israel.
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Este apoio a Israel irritou a ala progressista do Partido Democrata, muitos dos quais faltaram ao discurso de Netanyahu na quarta-feira. Entre os que compareceram estava a representante de Michigan, Rashida Tlaib, que levantou uma placa com os dizeres “Culpado de Genocídio” e “Criminoso de guerra” enquanto o primeiro-ministro israelense falava.
Em maio, Biden congelou a entrega de cerca de 1.800 bombas de 2.000 libras para Israel como um gesto aparente para os progressistas. No entanto, sua administração deu a Israel mais de 14.000 das mesmas bombas desde outubro, informou a Reuters na semana passada.
De acordo com fontes do Politico, a lista de armas israelenses não incluía bombas de 2.000 libras.
