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Bactérias bucais comuns podem “derreter” células cancerígenas, dizem cientistas

Cientistas descobrem que Fusobacterium mata células cancerígenas do pescoço e da cabeça (Fotos: Getty Images)

Uma bactéria bucal comum pode causar alguns tipos de células cancerígenas “derretem”, segundo nova pesquisa.

Cientistas disseram que ficaram “brutalmente surpresos” ao descobrir que a Fusobacterium pode matar até 99% das células associadas ao câncer de cabeça e pescoço, oferecendo aos pacientes “resultados muito melhores”.

Na boca, é uma bactéria particularmente comum, associada à doença gengival e ao acúmulo de placa bacteriana.

O resultado do estudo, conduzido por cientistas do Guy’s and St Thomas’ e do King’s College London, foi inesperado, pois a Fusobacterium foi associada à progressão do câncer de intestino.

A pesquisa começou com modelagem para ajudar a identificar quais bactérias podem ser de interesse para investigação posterior.

Uma vez identificada, os cientistas colocaram a Fusobacterium em placas de Petri com as células cancerígenas e as deixaram lá por alguns dias.

Quando retornaram, descobriram que o câncer havia quase desaparecido.

Fusobactéria

Fusobacterium geralmente está associado à doença gengival e ao acúmulo de placa bacteriana (Foto: Getty Images/Science Photo Libra)

Eles também realizaram análises de dados tumorais de 155 pacientes com câncer de cabeça e pescoço.

Mostrou que aqueles com a bactéria Fusobacterium no câncer tinham melhores chances de sobrevivência em comparação com aqueles que não tinham.

A detectabilidade do Fusobacterium em cânceres de cabeça e pescoço foi associada a uma redução de 65% no risco de morte em comparação com pacientes cujos cânceres não continham a bactéria.

Espera-se que as descobertas possam ajudar a orientar o tratamento de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, que inclui câncer de boca, garganta, caixa vocal, nariz e seios nasais.

Especialistas disseram que é um desenvolvimento particularmente empolgante, pois houve poucos avanços terapêuticos no câncer de cabeça e pescoço nos últimos 20 anos.

O líder do estudo, Dr. Miguel Reis Ferreira, à direita, e a líder do laboratório, Dra. Anjali Chander, do Guy’s and St Thomas’ Hospital (Foto: Guy’s and St Thomas’ NHS Foundation Trust/PA Wire)

O autor sênior do estudo, Dr. Miguel Reis Ferreira, dos Hospitais Guy’s e St Thomas’, disse: ‘Esta pesquisa revela que essas bactérias desempenham um papel mais complexo do que se sabia anteriormente em sua relação com o câncer – elas essencialmente derretem células cancerígenas de cabeça e pescoço.

‘A pesquisa sobre câncer colorretal indica que essas bactérias são ruins, e isso estava meio que arraigado em nossas mentes, e esperávamos encontrar a mesma coisa.

“Quando começamos a descobrir o contrário, ficamos brutalmente surpresos.”

O Dr. Reis Ferreira, consultor em câncer de cabeça e pescoço, disse que antes do trabalho de laboratório a equipe esperava que o Fusobacterium estimulasse o crescimento desses cânceres ou os tornasse mais resistentes à radioterapia.

Mas eles descobriram que ‘no final de alguns dias, o câncer simplesmente foi destruído completamente’.

Espera-se que as descobertas do estudo possam ajudar a orientar o tratamento do câncer de pescoço e cabeça (Foto: Getty Images/Science Photo Libra)

“Você coloca isso no câncer em quantidades muito baixas e ele começa a matá-lo muito rapidamente”, disse ele.

As descobertas da equipe do Reino Unido foram validadas por um estudo na Itália que apresentou os mesmos resultados.

O Dr. Reis Ferreira acrescentou: “O que isso pode significar é que podemos usar essas bactérias para prever melhor quais pacientes têm mais probabilidade de ter resultados bons ou piores e, com base nisso, podemos mudar o tratamento para torná-lo mais gentil nos pacientes que têm melhores resultados, ou torná-lo mais intenso nos pacientes que têm mais probabilidade de ter o câncer retornando.”

Cientistas publicaram um artigo sobre a descoberta no periódico Cancer Communications, que descreve como o Fusobacterium é “tóxico” para o câncer de cabeça e pescoço e como sua presença “pode ​​determinar um melhor prognóstico”.

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