Home Entretenimento Ex-membro das Brigadas Vermelhas detido na Argentina após 40 anos em fuga

Ex-membro das Brigadas Vermelhas detido na Argentina após 40 anos em fuga

Um antigo membro das Brigadas Vermelhas, grupo guerrilheiro de extrema-esquerda responsável por dezenas de mortes em Itália entre as décadas de 1970 e 1980 – incluindo a do primeiro-ministro Aldo Moro em 1978 –, foi detido em Buenos Aires esta sexta-feira, depois de mais de quatro décadas a fugir à justiça, noticiou o ‘O Guardião’.

Leonardo Bertulazzi, de 65 anos, era procurado pelas autoridades italianas por crimes como rapto e associação criminosa, que terá cometido no âmbito do seu envolvimento do grupo, responsável por diversos atos de sabotagem, sequestros e atentados na época.

Segundo o jornal britânico, Bertulazzi terá participado no rapto do engenheiro naval Piero Costa em Génova, em janeiro de 1977. O sequestro de Costa, oriundo de uma das mais ricas famílias de armadores genoveses, a que se seguiu um pedido de resgate de 10 mil milhões de liras, reduzidas para 1,5 mil milhões em negociações com a família, que acabou por pagá-lo, serviria para financiar as atividades terroristas da milícia.

Suspeito perdeu estatuto de refugiado

O ex-membro das Brigadas Vermelhas vivia há anos na Argentina e já tinha sido detido em Buenos Aires em 2002, mas foi libertado oito meses depois porque o julgamento tinha sido realizado à revelia em Itália, impedindo a sua xtradição.

Até há pouco tempo, o suspeito tinha o estatuto de refugiado na Argentina, mas perdeu-o recentemente, já durante o governo do presidente de direita radical Javier Milei.“Bertulazzi é responsável por crimes que comprometeram os valores democráticos e a vida de muitas vítimas”, declarou o Governo argentino em comunicado reproduzido pelo ‘The Guardian’.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, congratulou-se com a detenção de Leonardo Bertulazzi, “que foi possível graças a uma colaboração intensa e frutífera entre as autoridades judiciárias italianas, os funcionários argentinos e a Interpol”.

Para já, o suspeito não deverá ser extraditado para Itália, uma vez que os seus advogados interpuseram um recurso contra a revogação do seu estatuto de refugiado por parte da Comissão para os Refugiados da Argentina.

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