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“Netanyahu não perde uma oportunidade para sabotar acordo”, acusam famílias de reféns (guerra, dia 329)

As famílias dos reféns israelitas que permanecem nas mãos do Hamas criticaram a decisão do Governo de manter o envio de tropas para o Corredor de Filadélfia, faixa de terra de 14 quilómetros na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito que tem sido um dos pontos principais de discórdia entre Israel e o Hamas nas negociações para um cessar-fogo no enclave palestiniano, noticiou a Al Jazeera.

“Após quase um ano de negligência, [Benjamin] Netanyahu não perde uma oportunidade para garantir que não haverá acordo [para a libertação dos reféns]”, declarou o Fórum das Famílias de Reféns e Desaparecidos, que representa os familiares dos israelitas sequestrados a 7 de outubro, num comunicado reproduzido pela estação televisiva.

A organização acusa o chefe do Governo israelita de minar diariamente os esforços para a cessação das hostilidades e, por conseguinte, a libertação dos reféns. “Não há um dia em que Netanyahu não atue de forma concreta para por em perigo o regresso a casa de todos os sequestrados”, lê-se na nota.

HAITHAM IMAD/EPA

Guerra no Médio Oriente

Hamas quer retirada total do território

O plano para a manutenção da presença militar israelita na zona foi validado com uma esmagadora maioria de votos favoráveis dos sete partidos da coligação, segundo disseram fontes oficiais ao jornal ‘Haaretz’. A proposta contou com o voto contra do ministro da Defesa, Yoav Gallant e a abstenção do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir.

A última versão da proposta determina a entrega ao Hamas do mapa das posições israelitas previstas para o corredor e a redução do número de posições e postos militares na zona. Israel tem insistido na permanência da presença israelita neste ponto fronteiriço estratégico, ao passo que o Hamas exige a retirada total das forças de Telavive de Gaza, incluindo do Corredor de Filadélfia.

Há uma semana, Benjamin Netanyahu aceitou uma desmobilização parcial das suas tropas de uma extensão de poucos quilómetros na primeira fase do acordo, no seguimento de uma conversa telefónica com o Presidente dos EUA. Um assessor do primeiro-ministro israelita confirmou a decisão ao Axios, mas reiterou que Telavive tem militares estacionados ao longo de todo o corredor e “defende o princípio de que esta situação se manterá”.

O Corredor de Filadélfia, cuja dimensão corresponde à linha da fronteira com o Egito, ficou sob o controlo da Autoridade Palestiniana em 2005, na sequência do plano de retirada israelita, recorda a Lusa. O Hamas passou a ocupar o território em 2007, depois dos combates intra-palestinianos decorrentes das eleições do ano anterior.

IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS

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Outras notícias que marcaram o dia:

Israel anunciou a morte de Wassem Hazem, principal dirigente do Hamas, em Jenin, na Cisjordânia ocupada, de acordo com um comunicado militar citado pelo ‘O Guardião’. A operação foi realizada enquanto Hazem seguia num veículo com dois outros homens, Misra Mesharka e Arafat Amer, que também seriam combatentes do grupo islamita palestiniano. Segundo as forças israelitas, o líder do Hamas em Jenin participava no planeamento e execução de tiroteios e ataques bombistas. Os três homens foram mortos numa troca de tiros com os militares israelitas. Foram encontradas armas, munições e grandes quantidades de dinheiro no carro e nos três corpos.

⇒ Após uma ofensiva militar de 22 dias, as tropas israelitas começaram a retirar-se do lado oriental de Khan Younis e de partes da zona central de Deir al-Balah, no sul e no centro da Faixa de Gaza, respetivamente, deixando para trás um rasto de destruição. Fontes militares referidas pela agência EFE confirmaram a saída da 98.ª Divisão do Exército, que terá eliminado mais de 250 combatentes palestinianos e derrubado seis quilómetros de túneis desde o início do mês. Paralelamente, as forças israelitas intensificaram os ataques aéreos, relatou a Al Jazeera.

⇒ Os mediadores internacionais continuam a realizar reuniões no Cairo e em Doha para “pressionar” Israel e o Hamas a alcançar um acordo para cessar-fogo, noticiou a agência EFE. Na última semana, as conversações focaram-se no número e nomes a incluir na troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos que estão nas prisões de Israel. A proposta atualmente a ser trabalhada não integrará, para já, “questões espinhosas” como o controlo do corredor de Filadélfia e da junção de Netzarim e a cessação permanente das hostilidades. Estas serão adidas para a “fase final das conversações”.

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