Numa semana em que os nomes de possíveis candidatos voltaram a circular na comunicação social, Luís Marques Mendes foi confrontado, no seu espaço de comentário semanal na SIC, com o nome de Leonor Beleza, que ontem à noite afastou por completo esse cenário. E daí foi um passo até ser questionado sobre a sua condição informal de pré-candidato, garantindo que Belém não é uma “obsessão”.
“Tudo se resume a se posso ser útil ao país ou não”, disse este domingo na SIC, garantindo que a decisão final depende de uma reflexão sobre a sua vida “fantástica” e sobre o que vai perder em termos pessoais (”adoro estar com a família”) e profissionais (“gosto muito do que faço”). “Tenho de pensar se vou mudar tudo isto”, resumiu.
Sobre Leonor Beleza, só elogios: “Tenho uma profunda estima pessoal e política por ela. Conhecemo-nos muito bem, é uma pessoa de caráter. No plano cívico foi pioneira na defesa da igualdade de género e participaçãoo das mulheres na vida política”.
“Todos os portugueses” querem OE aprovado
Com a apresentação do Orçamento do Estado (OE) a aproximar-se, a questão é se pode haver aprovação (e com que partidos) ou crise política. Se na semana passada Marques Mendes se mostrou confiante com a aprovação do OE por parte do PS, esta semana veio apelar ao diálogo e à “boa vontade” entre o líder da oposição e o primeiro-ministro.
“O mais importante é que os líderes do Governo e oposição se juntem e falem. Com recato e com discrição, mas que falem”, sublinhando a “esperança na viabilização do OE”, que é desejada por “todos os portugeses, da direita à esquerda”.
A dramatização orçamental – que “ainda vai aumentar” e que teve palco nas reentrés políticas, como notou o comentador – deve-se a “dramas políticos compreensíveis” nos dois principais partidos políticos portugueses. Do lado do PS “é sempre um drama” aprovar um OE sem estar no Governo – é aliás “tradicional” que o principal partido da oposição vote contra –, mas neste caso “até pode ser uma causa popular”.
Do lado da AD também haverá quem não queira a aprovação, numa tentativa de ir a eleições e conseguir mais lugares na AR. “Só que o PS [de Pedro Nuno] não vai abrir ao Governo uma avenida eleitoral como o PRD abriu a Cavaco em 1987” e o “Governo precisa de tempo para consolidar” créditos que lhe permitam ambicionar uma maioria.
A nova comissária europeia
Um dos temas da semana foi também a nova comissária europeia, Maria Luís Albuquerque, que Marques Mendes diz ter sido uma escolha “previsível”. Também “era totalmente previsível a reação crítica da oposição” devido aos “traumas do tempo da “troika”porque os sacrifícios “deixaram uma fatura”.
Porém, “se, no tempo da troika, o ministro das Finanças fosse socialista”, as medidas a aplicar “seriam basicamente as mesmas”, criticou.
Na sua opinião, Maria Luís Albuquerque “tem perfil, curriculo e experiência mais que suficientes” para o cargo, algo corroborado pelo antigo comissário socialista António Vitorino, frisou.