Home Música Morre aos 83 anos Sergio Mendes, grande mestre da Bossa Nova brasileira

Morre aos 83 anos Sergio Mendes, grande mestre da Bossa Nova brasileira

Sergio Mendes, o cantor, compositor, líder de banda e tecladista brasileiro que se tornou uma sensação internacional após se mudar para os Estados Unidos na década de 1960, morreu em Los Angeles, em 5 de setembro. De acordo com uma declaração da família Mendes, a “saúde do músico foi desafiada pelos efeitos da COVID de longo prazo”. Mendes tinha 83 anos.

Nascido na cidade brasileira de Niterói, no início dos anos 1940, o jovem Mendes estudou piano em um conservatório local antes de tocar em casas noturnas e excursionar pelo Brasil em várias bandas. Ele lançou seu álbum de estreia, Dança Modernaconforme o movimento da bossa nova ganhava força em 1961. Turnês pela América do Norte e Europa levaram a colaborações com Cannonball Adderley e Herbie Mann, seguidas por uma mudança para os Estados Unidos, onde ele formou Sergio Mendes & Brasil ’65. Apesar do sucesso contínuo na América do Sul, os dois primeiros álbuns do grupo da bossa nova venderam mal na América do Norte e, a conselho do produtor Richard Adler, Mendes adicionou dois cantores americanos e cantou algumas músicas em inglês. No entanto, foi o single marcante em português “Mas Que Nada”, escrito pela lenda do samba Jorge Ben, que deu a Mendes e à banda — então chamada de Brasil ’66 e logo pulando para Brasil ’77 — seu sucesso nos EUA.

Em uma indústria anteriormente cética, “Mas Que Nada” e o álbum original Herb Alpert apresenta: Sergio Mendes e Brasil ’66 emprestou a Mendes um prestígio que atingiu o auge em 1968, quando ele apresentou o cover de Burt Bacharach e Hal David, “The Look of Love”, no Oscar. A banda fez shows cada vez maiores — assim como showcases para os presidentes Lyndon B. Johnson e Richard Nixon, além de um nas Olimpíadas de 1970 — que adicionaram peso de rock a uma configuração ao vivo impulsionada por seu trabalho frenético de teclado e percussionistas barulhentos.

O ritmo diminuiu, mas Mendes continuou a explorar estilos modernos e tradicionais nas décadas seguintes, inclusive com o álbum de 1992, de influência baiana Brasileiro—vencedor do Grammy de Melhor Álbum de World Music em 1993—e do álbum de 2010 de clássicos brasileiros modernizados Bom Tempo. Ele coproduziu a música tema de James Bond de 1983, “Never Say Never Again”, da vocalista do Brasil ’66, Lani Hall, e colaborou com superstars, incluindo Stevie Wonder, Milton Nascimento e Seu Jorge. Ele também trabalhou com artistas contemporâneos como John Legend, no indicado ao Oscar “Real in Rio”, e o Black Eyed Peas em ao remix de “Mas Que Nada”. Will.i.am produziu o álbum original dessa colaboração improvável, Intemporalno qual Mendes se apresentou ao lado de Eyrkah Badu, Jill Scott, Justin Timberlake e muitos outros. Ele lançou seu último álbum, Na Chave da Alegriaem 2019, em conjunto com um documentário sobre sua vida.

Fuente