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Primeiro-ministro libanês condena novo ataque de Israel e convoca “reunião urgente”: o 337.º dia de guerra

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, condenou um ataque que matou este sábado pelo menos três membros da Defesa Civil libanesa no sul do país, o segundo no mesmo dia, e convocou uma reunião urgente para a próxima segunda-feira.

Num comunicado, o primeiro-ministro libanês anuncia que, como Israel “ignora as leis e normas internacionais”, convocou uma reunião “urgente” na próxima segunda-feira com “embaixadores ocidentais e representantes de organizações internacionais para assumirem as suas responsabilidades em parar a agressão israelita contra o Líbano”.

“Esta nova agressão contra o Líbano é uma violação flagrante do direito internacional e um ataque flagrante aos valores humanitários. Tais atos não são surpreendentes por parte do inimigo israelita, que continua os seus crimes em territórios libaneses e terras palestinianas”, disse o chefe do Governo.

O Ministério da Saúde do Líbano anunciou que três socorristas morreram e outros dois ficaram feridos num ataque israelita contra uma equipa da Defesa Civil que estava a combater incêndios no sul do país, causados por anteriores ataques também das forças israelitas.

A Defesa Civil libanesa confirmou a morte de três dos seus membros no “ataque israelita que teve como alvo um carro de bombeiros”. Estas mortes ocorreram poucas horas depois de o ministério ter informado que dois paramédicos ficaram feridos num outro ataque junto à cidade de Qabrikha, no sul do Líbano. O grupo xiita libanês Hezbollah reivindicou a responsabilidade por sete ataques ao longo do dia, alguns em retaliação às ações israelitas contra cidades no sul do Líbano.

O exército israelita informou este sábado ter detetado cerca de 45 projéteis disparados do Líbano em direção a alguns pontos da fronteira norte, a maioria dos quais foi intercetada e não causou feridos. Também confirmou que fez ataques, mas visando infraestruturas militares do Hezbollah.

O sul do Líbano tem sido palco de trocas de tiros quase diárias entre o Hezbollah e o exército israelita desde o início da guerra em Gaza, em 7 de outubro, entre Israel e o grupo palestiniano Hamas, aliado do movimento libanês. No Líbano, esta violência transfronteiriça deixou 614 mortos, a maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 138 civis, segundo uma contagem da agencia francesa AFP. Do lado israelita, 24 soldados e 26 civis foram mortos, segundo o exército.

Dois líderes da Jihad islâmica mortos em Gaza

Entretanto, dois comandantes de batalhões da Jihad Islâmica morreram na quinta-feira num bombardeamento da Força Aérea de Israel na Faixa de Gaza, anunciaram hoje as Forças Armadas daquele país do Médio Oriente.

Segundo o comunicado, os mortos são Abdullah Khatab, comandante do Batalhão Sul de Deir al-Ballah, e Hatem Abu al-Jidyan, comandante do Batalhão Leste de Deir al-Ballah. A mesma fonte relatou que ambos se encontravam num centro de comando situado no interior da zona humanitária demarcada pelas autoridades israelitas, nomeadamente em Deir al-Bala’a, no centro da Faixa de Gaza.

O comunicado militar sublinha que foram tomadas “numerosas medidas” para evitar vítimas civis, como a utilização de munições de precisão, vigilância aérea e outras informações.

“Este é mais um exemplo da utilização sistemática da população civil e de infraestruturas civis, incluindo a zona humanitária, por organizações terroristas para levar a cabo atos terroristas contra o Estado e as Forças de Defesa de Israel”, denunciaram.

61 mortos em dois dias. Agência da ONU insiste com cessar-fogo

Os ataques de Israel na Faixa de Gaza causaram pelo menos 61 mortos nas últimas 48 horas. Doze das vítimas perderam a vida na sequência de ataques aéreos contra duas antigas escolas que abrigavam pessoas deslocadas, segundo médicos citados pela Al-Jazeera.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos no Médio Oriente (UNRWA) reiterou hoje o seu apelo ao cessar-fogo na Faixa de Gaza, sublinhando que “a humanidade deve prevalecer”, noticia a Europa Press.

A posição da UNRWA surge no dia em que se assinalam 11 meses do início da ofensiva em Gaza, na sequência dos ataques a Israel cometidos em 7 de outubro de 2023 pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e outras fações palestinianas. “Onze meses. Já é suficiente. Ninguém pode continuar a suportar isto. A humanidade deve prevalecer. Cessar-fogo, já”, escreveu o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, através da sua conta na rede social X.

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) tinha alertado na sexta-feira que a situação em Gaza “é mais do que catastrófica” e que a crise existente não permite “apoiar a população a um nível próximo do necessário”.

Desde o início da guerra de Israel contra o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, a 7 de outubro de 2023, desencadeada por um ataque sem precedentes daquele movimento em território israelita, a violência entre palestinianos, de um lado, e o Exército israelita e os colonos, de outro, intensificou-se na Cisjordânia.

Segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano, pelo menos 661 palestinianos foram mortos por disparos de soldados ou colonos israelitas, e pelo menos 23 israelitas, incluindo soldados, morreram em ataques palestinianos ou operações militares, segundo dados oficiais israelitas.

O atual conflito em Gaza foi desencadeado com um ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro a Israel, que resultou em cerca de 1200 mortos e perto de 250 reféns. Em resposta, as forças israelitas lançaram uma ofensiva na Faixa de Gaza que provocou em mais de 40.800 mortos e 94 mil feridos.

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