Os Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) confirmaram casos de transmissão de mpox de mulheres grávidas para seus bebês ainda não nascidos na África Central.
Jean Kaseya, diretor-geral do CDC África, revelou esse acontecimento preocupante durante uma coletiva de imprensa, embora o número total de casos desse tipo ainda não esteja claro, informou a Bloomberg.
Cientistas estão trabalhando urgentemente para entender os padrões de infecção do vírus, que se tornou uma emergência de saúde global. “Estamos realizando uma série de estudos para entender a epidemiologia”, Caixa registradora.
Ele também destacou que em certas áreas da República Democrática do Congo (RDC), crianças menores de cinco anos são responsáveis por 38% de todas as infecções, muitas delas bebês.
A doença, conhecida por causar lesões graves que podem resultar em cegueira e desfiguração, foi descoberta se espalhando por meio da amamentação e do contato com familiares infectados. Isso levantou mais preocupações sobre a vulnerabilidade dos recém-nascidos ao vírus.
O Congo relatou até agora cerca de 20.465 casos de mpox e 635 mortes em 2024, com a Organização das Nações Unidas (ONU) intensificando os esforços para conter a disseminação, especialmente entre crianças menores de 15 anos. Apesar da introdução de vacinas, a UNICEF destacou que essas doses que salvam vidas não estão chegando às populações mais jovens e em maior risco do país.
Com as escolas reabrindo recentemente após as férias, Kaseya alertou que, sem medidas preventivas como lavar as mãos e distanciamento social, Kinshasa poderá ver um rápido aumento nas infecções por mpox.
O que isto significa
Para os nigerianos, a crescente disseminação da mpox na África Central, particularmente sua transmissão de mulheres grávidas para bebês ainda não nascidos, é motivo de preocupação devido à proximidade regional e às implicações para a saúde pública.
Embora a República Democrática do Congo (RDC) seja atualmente o epicentro do surto, a situação sinaliza riscos potenciais para países vizinhos, incluindo a Nigéria, onde surtos de mpox foram relatados anteriormente.
O surgimento de novos padrões de transmissão, como a infecção através da amamentação e do contacto familiar, destaca a necessidade de uma maior preparação da saúde pública
O alerta serve como um lembrete para a Nigéria reforçar sua própria infraestrutura de saúde, garantir a disponibilidade de vacinas e educar o público sobre práticas de higiene e detecção precoce para evitar uma disseminação maior do vírus no país.
Obstáculo ao preço das vacinas
O esforço da África para garantir a vacina mpox da Bavarian Nordic está enfrentando desafios devido ao seu alto custo. O CDC da África fixou o preço em US$ 100 por dose, enquanto a OMS a lista em US$ 141, muito mais caro do que muitos países do continente podem pagar.
“O preço é um problema”, disse Helen Rees, presidente do grupo consultivo de imunização africana da OMS, acrescentando que o alto custo limita os pedidos. Apesar dos esforços para reduzir os preços das vacinas por meio de compras em massa, a vacina da Bavarian continua cara devido ao seu suprimento limitado e ao processo de produção caro.
Com crianças representando mais de 80% das mortes por mpox no Congo, a OMS pediu que as nações mais ricas doassem vacinas. No entanto, o alto preço continua sendo uma grande barreira.