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Cartas ao director | Opinião

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Em estado de aflição

Para grande gáudio dos pirómanos, os telejornais e as manchetes dos diários ardem por todos os lados. Seria interessante que aqueles diligentes servos da informação pública empregassem um pouco do seu tempo e esforço na investigação (jornalística) das verdadeiras causas deste escândalo anual, uma vez que das chamadas “autoridades” pouco há a esperar. Na situação actual, passou-se algo bizarro. Há poucas semanas, era noticiado que, neste ano, tinha havido menos incêndios florestais e uma menor área ardida do que em anos anteriores. Pouco tardou a ofensiva pirómana.

Não se venha dizer que é a temperatura ou o vento que ateia os fogos. Tivemos muito calor e muito vento todo o Verão – e agora, em três dias, é o que se vê. Ainda por cima, com o pormenor, que seria risonho se não fosse trágico, de se ter criado uma verdadeira “zona de guerra” na área de origem do primeiro-ministro – esse distrito de Aveiro que tem, em regra, temperaturas relativamente baixas em comparação com o resto do país. Não há prevenção de incêndios florestais sem que sejam identificadas – e parece que para isso é necessária coragem – as causas reais (não venham com o calor e o vento…) das ignições estratégicas que põem Portugal em estado de aflição.

António Monteiro Fernandes, Lisboa

Triturar, triturar, triturar

Nesta época de incêndios ouço os especialistas diplomados em fogos que apenas utilizam uma linguagem que o comum dos portugueses não entende. Se querem reduzir o número e a gravidade dos fogos, a solução está nas juntas de freguesia, ou seja, em vez de gastarem fortunas em coisas fúteis, disponibilizem um local próprio, comprem uma máquina trituradora e aí serão conduzidos todos os sobrantes das limpezas dos terrenos e matas. Aquelas pessoas idosas e que não têm recursos para poder transportar os ditos sobrantes, será a junta de freguesia a fazê-lo, pois todas essas despesas serão uma ninharia comparado com o que gastam no combate. Para isso resultar, as câmaras municipais proibiam completamente as queimadas, responsáveis pela grande parte dos incêndios. Copiem o que de bom se faz nos países modernos e deixem de pensar apenas como combater os fogos que tantos custos trazem.

Hernani Aparício, Viseu

Fogos rurais

Os telejornais deixaram de ter notícias para ter a notícia: Portugal a arder. Os portugueses, com a entrada na CEE nos anos 80, abandonaram as suas terras em resultado do emparcelamento agrícola de pequenas dimensões. Este tipo de propriedade, ao contrário do Alentejo, não tinha dimensões capazes de competir com os produtos dos países da “Europa”. O mundo rural português ficou sem condições de subsistir. O Portugal rural transformou-se num denso matagal, com todas as condições para os fogos imparáveis. Foi assim em 2017, é assim este ano, só não aconteceu nestes anos porque as condições climatéricas foram menos propícias. Assim será no futuro, se não arranjarmos formas de limpar os matagais e florestas. Assim, também muito podem prometer como a repressão sobre os incendiários; enquanto houver tanto combustível, estas desgraças repetir-se-ão. Ou não será?

Mário Pires Miguel, Reboleira

O trio

É simplesmente ridícula a imagem que os líderes dos três maiores partidos mostram aos cidadãos. Vem isto a propósito do famigerado Orçamento do Estado para 2025, assunto que, qual ciclone eterno, fustiga a paciência e saúde mental dos portugueses. Há meses que diariamente Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e André Ventura nos massacram com ameaças, imposições, retaliações, cedências hipotéticas, exigências absurdas, falsidades, enfim… uma real caricatura de três meninos impertinentes e ressabiados que, não satisfeitos com o espectáculo pueril e desastroso que insistem e persistem manter, avançam, impávidos e indiferentes, no declínio da nobreza e responsabilidade política que obrigatoriamente se lhes exige. Claro que depois temos as televisões, os jornais e os comentadores… oh, sobretudo estes, a debitarem para a eternidade palpites, teorias e apostas sem quartel ou necessidade numa simulação infeliz duma ” raspadinha”. Até Marcelo não se inibe de atirar um pauzinho para a fogueira. Mas voltemos aos líderes da AD, PS e Chega: este trio tem nas mãos o destino do país, tem o poder de manter Portugal estável, seguro e credível numa Europa já de si periclitante, confrontada com a guerra e um futuro caos financeiro… mas, sobretudo, os portugueses merecem respeito!

José Alberto Mesquita, Lisboa

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