Vladimir Putin está enfrentando a perspectiva humilhante de não atingir sua meta principal de ter 1,5 milhão de soldados no exército russo porque muitos soldados estão morrendo na linha de frente na Ucrânia.
O presidente russo assinou um decreto do Kremlin esta semana para aumentar seu efetivo militar em mais 180.000 militares, com o objetivo de atingir 1,5 milhão até dezembro deste ano.
Foi o terceiro decreto semelhante aprovado por Putin desde que sua invasão ilegal da Ucrânia começou em fevereiro de 2022.
Mas, de acordo com informações do Ministério da Defesa do Reino Unido (MoD), “apesar da intenção de expandir sua força, é provável que essa ambição seja prejudicada pelas pesadas perdas contínuas sofridas no conflito contra a Ucrânia”.
O Ministério da Defesa acrescentou que os generais russos também enfrentaram “desafios de recrutamento” para encontrar militares dispostos a serem enviados para participar da invasão da Ucrânia, que ainda é chamada de “operação militar especial” pelo Kremlin.
A meta de 1,5 milhão ainda não foi atingida, disse o Ministério da Defesa, apesar de ter sido anunciada como meta pelo então Ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, já no início da guerra, em 2022.
O Ministério da Defesa relata que a Rússia provavelmente perdeu cerca de 610.000 militares, mortos ou feridos, desde o início da invasão, com níveis de recrutamento caindo ano a ano.
Na semana passada, novos recrutas russos foram fotografados na região de Rostov, na fronteira com a Ucrânia, passando por treinamento para atirar contra ameaças aéreas, como drones, que têm sido usados com grande efeito pelas forças ucranianas.
Putin espera que sua última campanha de recrutamento mascare outro revés militar na guerra desta semana, depois que forças especiais ucranianas atacaram um importante depósito de munições a 480 quilômetros da fronteira com a Rússia.
A Ucrânia afirmou que um ataque na quarta-feira destruiu armazéns militares russos em Toropets, uma cidade na região russa de Tver, cerca de 385 quilômetros a noroeste de Moscou.
A explosão foi tão grande que teria sido visível por satélites e captada por diversas agências internacionais de monitoramento de terremotos.
Foi relatado que mísseis balísticos de curto alcance KN-23 fornecidos pela Coreia do Norte estavam entre as munições destruídas em um ataque audacioso realizado por mais de 100 drones kamikazes de fabricação ucraniana.
