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Rússia vai enfrentar “luta difícil” para recuperar território russo controlado por Kiev, diz alto funcionário da CIA (917º. dia de guerra)

Moscovo vai montar uma contraofensiva para tentar recuperar o território na região de Kursk capturado pelas tropas ucranianas, mas as forças russas vão enfrentar “uma luta difícil”, disse o vice-diretor da CIA, David Cohen, nesta quarta-feira -feira, de acordo com a agência Reuters. Cohen afirmou, durante uma conferência da indústria de segurança e defesa, que o objetivo da incursão ucraniana, que penetrou cerca de 777 quilómetros quadrados da província russa, ainda não foi concretizado e observado.

As forças ucranianas atravessaram a fronteira ocidental da Rússia até à região de Kursk, no dia 6 de agosto, numa ofensiva surpresa que ainda prossegue. Embora Kiev tenha afirmado que não tem intenção de anexar a área que capturou, as tropas ucranianas estão a construir linhas defensivas e pretendem reter “parte desse território por algum período de tempo”, referiu Cohen, na cimeira de serviços de informação e segurança.

“Podemos ter a certeza de que Putin vai montar uma contraofensiva para tentar recuperar este território”, antecipou David Cohen. “Penso que a nossa expectativa é de que seja uma luta difícil para os russos.” De acordo com Cohen, Putin, “não só terá de enfrentar o facto de que existe agora uma linha da frente dentro do território russo com a qual terá de lidar, como também terá de lidar com as repercussões na sua própria sociedade, ao ter perdido território russo”.

O sucesso da Ucrânia em Kursk “tem o potencial de mudar um pouco a dinâmica” do conflito “no futuro”, prosseguiu o responsável, sem adiantar mais pormenores.

A Ucrânia reivindicou a captura de 100 localidades, na sua incursão na região russa de Kursk, enquanto as forças russas continuam a avançar no leste ucraniano, na região de Donetsk. Volodymyr Zelensky reconheceu, nesta quarta-feira, que a situação que o seu Exército enfrenta é “extremamente difícil” perto da cidade de Pokrovsk e outras áreas do Donbas. “Os principais esforços e as maiores forças da Rússia estão concentrados lá”, prosseguiu Zelensky, explicando que a ofensiva da Ucrânia na região russa de Kursk impede Moscovo de “colocar mais pressão” na frente de combate na província de Donetsk.

Cohen afirma que a Rússia tem obtido estes ganhos “a um custo extraordinário” em tropas e equipamento, e “pode ​​ou não” capturar o principal centro logístico ucraniano de Pokrovsk. “Mas, em última análise, nada disto muda o jogo no sentido estratégico” para os russos, considera David Cohen.

Na terça-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu que a guerra com a Rússia acabaria por terminar em diálogo, mas que Kiev tinha de estar numa posição forte. Também adiantou que apresentaria um plano ao Presidente dos EUA, Joe Biden, e aos seus dois potenciais sucessores.

Já Putin disse que qualquer acordo tem de começar com a aceitação, por parte da Ucrânia, das “realidades no terreno”, o que deixaria a Rússia com a posse de partes substanciais de quatro regiões ucranianas, bem como da Crimeia.

A Ucrânia afirma controlar mais de 1200 quilómetros quadrados da região de Kursk.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin

SERGEI SAVOSTYANOV

Guerra na Ucrânia

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⇒ A Ucrânia está a investigar um general da Guarda Revolucionária iraniana acusado de transferir para a Rússia, em 2022, milhares de drones e de instruir militares russos para a sua utilização, divulgou a Procuradoria-Geral da Ucrânia. O general iraniano, que não foi identificado, é acusado de transferir para a Rússia pelo menos 1500 drones Shahed-136 e Mohajer-6 e de ter ensinado os combatentes russos a utilizar os equipamentos contra a Ucrânia. O Ministério Público ucraniano anunciou que vai solicitar à Interpol que o inclua na lista de pessoas procuradas.

⇒ O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou sanções contra 92 jornalistas, empresários e outros cidadãos norte-americanos, que responsabiliza por apoiarem a Ucrânia e acusa de difundirem notícias falsas sobre o país e o seu Exército. A lista passa a incluir jornalistas do “The Wall Street Journal”, do “The New York Times”, do “The Washington Post” e colaboradores dos britânicos “Daily Telegraph” e “Guardian”, que Moscovo descreveu como “liberais-globalistas e ligados à produção e divulgação de notícias falsas”. Ficam, assim, proibidos de entrar em solo russo.

⇒ O secretário-geral cessante da NATO defendeu que é necessário continuar a apoiar a Ucrânia com todo o armamento de que necessite para repelir a invasão russa, condenando um dos maiores bombardeamentos russos desde início do conflito. “O Conselho NATO-Ucrânia reuniu-se para abordar os desenvolvimentos no campo de batalha e as necessidades de equipamento prioritárias da Ucrânia”, escreveu Jens Stoltenberg, na rede social X (antigo Twitter).

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