Membros do sindicato da Boeing começaram a abandonar o emprego após rejeitarem por maioria esmagadora uma proposta de contrato de quatro anos com a problemática fabricante de aeronaves.
“Isto é sobre respeito. Isto é sobre abordar o passado, e isto é sobre lutar pelo nosso futuro,” disse Jon Holdeno presidente do Distrito 751.
Aqui está tudo o que você precisa saber sobre a greve, onde mais de 30.000 membros do sindicato estão deixando o trabalho.
O que estava no contrato proposto?
O contrato proposto, acordado pelos líderes sindicais e pela gerência da empresa no domingo após meses de negociações, incluía vários ganhos para os trabalhadores, mas não atendia às demandas iniciais do sindicato.
O acordo incluía um aumento de 25% ao longo de quatro anos, embora os sindicatos inicialmente tenham exigido um aumento de 40%. Também ofereceu um bônus de ratificação de US$ 3.000 para cada membro do sindicato. Além disso, a Boeing concordou em aumentar suas contribuições anuais para o plano 401(k) do sindicato em até US$ 4.160 por trabalhador, cobrir mais custos com assistência médica, fornecer 12 semanas de licença parental remunerada e melhorar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional reduzindo as horas extras obrigatórias.
Kelly Ortbergo novo presidente-executivo da Boeing, pediu aos funcionários que aprovassem o acordo, afirmando: “Uma greve colocaria nossa recuperação compartilhada em risco, minando ainda mais a confiança com nossos clientes”, em uma declaração em vídeo na quarta-feira.
A votação da greve foi aprovada decisivamente com 96% de aprovação, excedendo em muito a maioria de dois terços necessária para iniciar uma paralisação, depois que 95% dos membros rejeitaram o contrato que os líderes sindicais descreveram como “o melhor contrato que negociamos em nossa história”.
Quando a greve começou?
Trabalhadores da montagem de aeronaves saíram do trabalho na sexta-feira cedo nas fábricas da Boeing perto de Seattle, Washington. A greve começou às 12:01 am PDT, menos de três horas depois que a filial local da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais anunciou os resultados da votação.
A rejeição da proposta na quinta-feira reflete o ressentimento entre os trabalhadores em relação às concessões feitas em negociações anteriores, incluindo a perda de benefícios previdenciários há uma década, que o sindicato tentava restabelecer.
Holden havia dito em uma declaração vários dias antes da greve que os líderes sindicais haviam recomendado a aprovação do acordo porque “não podemos garantir que conseguiremos mais em uma greve”. Ele acrescentou então que o sindicato “protegeria e apoiaria” qualquer decisão que os membros tomassem.
Em uma declaração na sexta-feira após a votação, a Boeing disse que estava “comprometida em redefinir nosso relacionamento com nossos funcionários e o sindicato”. A empresa disse que estava “pronta” para continuar as negociações sobre um novo contrato de trabalho.
O que aconteceu na greve de 2008?
A última greve da Boeing, em 2008, durou 50 dias. Foi a mais longa na Boeing desde uma paralisação de 10 semanas em 1995, que custou à empresa cerca de US$ 100 milhões por dia em receita diferida. O contrato que encerrou a disputa de 2008 foi estendido duas vezes desde então.
Qual será o impacto da greve?
A Boeing desempenha um papel substancial na economia dos EUA, empregando quase 150.000 pessoas em todo o país — quase metade delas no estado de Washington — e é uma das maiores exportadoras do país. Além de aeronaves comerciais, a empresa fabrica jatos militares, foguetes, espaçonaves e o Air Force One, tornando-se um símbolo global da força de fabricação dos Estados Unidos.
Se a greve atual durar tanto quanto a de 2008, poderá custar à Boeing pelo menos US$ 3 bilhões, de acordo com uma estimativa da Cai do boatoum analista de pesquisa no banco de investimento TD Cowen. Holden declarou que os membros estão preparados para “ficar fora” o tempo que for necessário para garantir um acordo melhor desta vez.