O Tribunal Constitucional da Argélia confirmou este sábado a reeleição do presidente Abdelmadjid Tebboune, a 07 de setembro, com uma percentagem revista para 84,3%, com base nos resultados finais, em vez de quase 95% dos votos.
“Anunciamos que o senhor Abdelmadjid Tebboune foi eleito presidente para um segundo mandato e iniciará as suas funções assim que tomar posse”, afirmou o presidente do Tribunal Constitucional, Omar Belhadj, em direto na televisão e na rádio nacional, citado pela agência France-Presse.
Na semana passada, a Autoridade Eleitoral Nacional Independente (ANIE) tinha avançado que Abdelmadjid Tebboune tinha vencido as eleições presidenciais com 94% dos votos.
Tebboune era o favorito nas eleições, pois contava com o apoio de pelo menos quatro grandes partidos políticos, incluindo a Frente de Libertação Nacional (FLN), o antigo partido único.
A taxa de participação foi igualmente revista pelo Tribunal Constitucional para 46,10%, quando na semana passada a ANIE tinha anunciado uma “taxa de participação média de 48%” no encerramento das assembleias de voto.
O Tribunal Constitucional também retificou os resultados dos dois adversários do presidente cessante, com 9,56% para o candidato islamista moderado Abdelaali Hassani (em vez de 3,17%) e 6,14% para o candidato socialista Youcef Aouchiche (em vez de 2,16%).
Numa ação sem precedentes, os três candidatos presidenciais, incluindo Tebboune, emitiram uma declaração conjunta no domingo passado contestando “a imprecisão e as contradições dos números da participação”, assim como “erros” nas percentagens de votos obtidos.
No início da semana, Hassani e Aouchiche interpuseram recursos junto do Tribunal Constitucional para que este revisse os números preliminares, denunciando “fraude” e mesmo “farsa”, nomeadamente no que se refere à taxa de participação.
A ANIE foi muito criticada por ter apresentado “uma taxa de participação média” calculada através da média das taxas de participação das 58 municípios argelinos, quando a taxa de participação corresponde normalmente ao número de eleitores dividido pelo número de eleitores inscritos (cerca de 24,5 milhões na Argélia, incluindo os residentes no estrangeiro).
À semelhança do que sucedeu na Rússia, não foi permitida a entrada de observadores internacionais, enquanto no Azerbaijão os observadores foram presos.
Rico em gás, Argélia é o maior país africano em área e, com quase 45 milhões de pessoas, é o segundo mais populoso, depois da África do Sul.
