O Congresso da Juventude Portuguesa, organizado pelo Conselho Nacional da Juventude e pela Associação Académica de Coimbra, quer trazer os jovens das plateias para o centro do debate. A ideia é simples: “inverter os papéis” de jovens e de adultos. Este sábado, no Convento de São Francisco, em Coimbra, vai discutir-se cultura, desporto, mobilidade, a democracia e liberdade de expressão e as políticas de apoio a jovens necessárias.
“Valorizar a voz da geração mais qualificada de sempre e que precisa de ser ouvida” é, nas palavras de Renato Daniel, membro da comissão organizadora do evento, o propósito do evento. No fim, será redigido um “sumário dos principais pontos de discussão” para convencer os partidos políticos, explica. Todas as vozes – mesmo as da audiência – contam, neste que se pretende um “espaço de auscultação das opiniões dos jovens”.
Os temas a debate refletem uma “visão abrangente” dos tópicos que despertam “maior atenção e preocupação” de oradores com “idades até aos 35 anos, ativos, participativos e com uma visão pessoal sobre o futuro da geração”. Nesta que é já a segunda edição do congresso, a par das sessões de discussão existe uma programação paralela de atividades “lúdicas, recreativas e desportivas”, organizadas no âmbito do Dia Internacional do Desporto Universitário, comemorado na sexta-feira.
Os painéis de discussão
O congresso abre com uma discussão sobre políticas de apoio a jovensque conta com o painel “mais politizado”, mas também o que, “provavelmente, trará mais perspetivas sobre o futuro da geração”, afirma Renato Daniel. Os oradores já confirmados desta sessão são representantes partidários, com um “percurso político bem conhecido”, como Sofia Pereira, da Juventude Socialista, Eva Brás Pinto, do PSD, Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, Francisco Paupério, do LIVRE e Gonçalo Lopes, da Juventude Comunista Portuguesa.
O segundo painel, também com oradores já anunciados, inclui nomes como Conguito, radialista e apresentador de televisão, e C’Marie, artista plástica. O debate vai ser sobre a desvalorização da cultura portuguesa face à globalização.
Também o desporto, em particular no contexto educativo, tem destaque na segunda edição do congresso. Renato Daniel, também presidente da Associação Académica de Coimbra, reforça a relevância da discussão sobre o tema após os Jogos Olímpicos, pretendendo sublinhar “o mérito de jovens atletas, que o merecem ver reconhecido”.
Entre os painéis encontra-se ainda um relativo ao papel de Portugal na Europa e no mundoque discutirá a mobilidade, os desafios globais emergentes e as contribuições atuais e as perspetivas futuras do país no contexto europeu e internacional.
O quinto e último painel, sobre a violação do segredo de justiça e o direito à liberdade de imprensapretende abordar o modo como podem ser harmonizados e colocar os jovens a pensar a reforma da justiça.
As inscrições para o Congresso da Juventude Portuguesa devem ser feitas até esta quinta-feira. O bilhete diário, com almoço incluído, tem o custo de 10 euros, podendo ser também adquirido um bilhete que permite apenas o acesso aos painéis, pelo valor de 3 euros.
Texto de Mariana Ramos Loureiro, editado por João Pedro Barros.
