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Medicamento de baixo custo para diabetes pode retardar o envelhecimento em macacos machos: estudo

Metformina, um medicamento barato para diabetes, retarda o envelhecimento em macacos machos, particularmente em seus cérebros, de acordo com um novo estudo. A descoberta levanta a possibilidade de que o medicamento possa um dia ser usado para retardar o envelhecimento em humanos.

O estudo, ‘Metformina desacelera o relógio de envelhecimento em macacos machos’, foi publicado no periódico Cell em 12 de setembro. Foi realizado por uma equipe de 43 pesquisadores da Universidade da Academia Chinesa de Ciências em Pequim e outras universidades.

Os macacos, que receberam metformina diariamente, exibiram atividade neuronal — a oscilação incessante de correntes elétricas e transmissões no cérebro — que se assemelhava à de macacos seis anos mais novos, descobriu o estudo.

O que é metformina?

Metformina é um dos medicamentos mais amplamente usados ​​para tratar diabetes tipo 2. Foi usado pela primeira vez para esse propósito na França na década de 1950. É um derivado da guanidina, um composto encontrado na arruda-de-cabra, que é um medicamento herbal usado há muito tempo na Europa.

Pesquisadores há muito tempo sabem que a metformina tem efeitos além do tratamento do diabetes. Por exemplo, eles descobriram que ela reduz o risco de câncer.

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Ao longo dos anos, vários estudos mostraram que a metformina retarda o envelhecimento em vermes, roedores e moscas. No entanto, a eficácia do medicamento contra o envelhecimento não havia sido testada diretamente em primatas. É por isso que Guanghui Liu, biólogo da Academia Chinesa de Ciências e principal autor do novo estudo, decidiu testar o medicamento em macacos.

Como o estudo foi realizado?

Liu e seus colegas deram metformina a 12 macacos cynomolgus machos idosos (Macaca fascicularis). Outros 16 macacos idosos e 18 animais jovens ou de meia-idade serviram como grupo de controle.

Macacos tratados receberam a dose padrão de metformina que é usada para tratar diabetes em humanos todos os dias. Os animais tomaram o medicamento por 40 meses.

Ao longo do estudo, os pesquisadores coletaram amostras de 79 tipos de tecidos e órgãos dos macacos, fizeram imagens dos cérebros dos animais e realizaram exames físicos de rotina, de acordo com um relatório na revista Nature.

Eles analisaram a atividade celular nas amostras e então criaram um modelo computacional para determinar a “idade biológica” dos tecidos, que pode ficar para trás ou exceder a idade dos animais em anos desde o nascimento, disse o relatório.

Quais são as descobertas?

Os pesquisadores descobriram que a metformina retardou o envelhecimento biológico de muitos tecidos de órgãos como pulmões, rins, fígado, pele e lobo frontal do cérebro. O medicamento também restringiu a inflamação crônica — um símbolo-chave do envelhecimento.

O estudo revelou que a metformina protege o cérebro ativando uma proteína chamada NRF2, que impede danos celulares causados ​​por lesões e inflamações.

Alex Soukas, geneticista molecular do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, disse à Nature que o novo estudo foi o “exame mais quantitativo e completo da ação da metformina que já vi além dos camundongos”.

O que acontece depois?

Os cientistas disseram que muito mais pesquisas seriam necessárias antes que a metformina pudesse ser aprovada como um composto antienvelhecimento em humanos.

Soukas disse à Nature que ele preferiria ver um estudo que envolvesse mais animais. Por enquanto, Liu e sua equipe começaram um teste com 120 pessoas em colaboração com a empresa biofarmacêutica Merck na Alemanha, que desenvolveu e fabrica metformina, para testar se o medicamento retarda o envelhecimento em humanos.



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