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Israel anuncia “nova fase” na guerra, com foco na fronteira com o Líbano: o 348.º dia do conflito com o Hamas

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou esta quarta-feira “uma nova fase” da guerra, adiantando que o foco de Israel está a deslocar-se para o norte do país, para onde estão a ser enviados “forças e recursos”.

“Acredito que estamos no início de uma nova fase desta guerra e que precisamos de nos adaptar”, disse Yoav Gallant ao pessoal da Força Aérea Israelita na Base Aérea de Ramat David (norte de Israel), em declarações publicadas pelo seu gabinete e citadas pelo jornal “Times of Israel”.

“Vamos precisar de consistência ao longo do tempo, esta guerra requer grande coragem, determinação e perseverança”, advertiu. Gallant não fez qualquer referência às explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano registadas desde terça-feira.

Por seu lado, o líder das Forças Armadas, Herzi Halevi, reuniu-se com o chefe do Comando do Norte e aprovou “planos de ataque e defesa” na região que abrange a fronteira com o Líbano, segundo um comunicado do Exército.

“Temos muitas capacidades que ainda não ativámos”, disse o responsável militar, que acrescentou que “as próximas duas fases já estão preparadas, e em cada fase o preço para o Hezbollah deverá ser elevado”.

Por outro lado, a ofensiva em Gaza ainda não terminou, salientou. “Ao longo da guerra, durante quase um ano, temos lutado em Gaza com dois objetivos principais, para além de outros: desmantelar o Hamas e fazer regressar os reféns. Conseguimos muito, e ainda temos de avançar mais”, disse.

Israel insiste que está preparado para luta na fronteira com Líbano

“A missão é clara. Estamos determinados a mudar a situação de segurança o mais rapidamente possível”, disse o chefe do Comando Norte israelita, major-general Ori Gordin, depois de duas brigadas do Exército terem concluído uma série de exercícios para simular o combate “no território inimigo”.

OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:

⇒ Um segunda vaga de explosões simultâneas em dispositivos eletrónicos no Líbano provocou pelo menos 14 mortos e cerca de 450 feridos em vários pontos do país, segundo o último balanço do Ministério da Saúde libanês. No total, as explosões desta quarta-feira de ‘walkie-talkies’ e noutro tipo de dispositivos, incluindo painéis solares, somadas às detonações de milhares de ‘pagers’, ocorridas na terça-feira, já causaram 26 mortos e mais de 3.200 feridos.

⇒ A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch recordou ser proibido usar armadilhas em objetos suscetíveis de serem utilizados por civis, na sequência das explosões de dispositivos eletrónicos no Líbano e na Síria, nomeadamente ‘pagers’, registadas desde terça-feira. Citada em comunicado, Lama Fakih, diretora para o Médio Oriente e Norte de África da ONG, defendeu a realização “com urgência” de “uma investigação rápida e imparcial dos ataques”.

⇒ O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as recentes explosões de dispositivos no Líbano representam a confirmação de um “sério risco” de escalada no conflito entre o Hezbollah e Israel. “A lógica de explodir todos estes dispositivos é fazê-lo como um ataque preventivo antes de uma grande operação militar.”, disse durante uma conferência de imprensa na sede da ONU em Nova Iorque.

⇒ O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, defendeu que os responsáveis pelo ataque mortal com ‘pagers’ “deverão prestar contas” na justiça e apelou a uma “investigação independente, séria e transparente” sobre os acontecimentos.

⇒ Representantes dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha e Itália reúnem-se na quinta-feira em Paris para avaliar as negociações sobre a Faixa de Gaza e a situação no Líbano, foi anunciado por fontes diplomáticas. Entretanto o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se de urgência na sexta-feira para debater a série de explosões de ‘pagers’ e outros dispositivos no Líbano, anunciou presidência eslovena do organismo.

⇒ A Assembleia Geral da ONU apelou ao fim da ocupação israelita dos territórios palestinianos ocupados dentro de “12 meses”, numa resolução não vinculativa que Portugal votou a favor e já criticada por Israel como “tendenciosa e cínica”. O texto da resolução, aprovado com 124 votos a favor, 14 votos contra e 43 abstenções, segue o parecer do Tribunal Internacional de Justiça de julho.

⇒ O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reafirmou que Israel devolverá “os residentes do norte às suas casas” numa breve mensagem de vídeo, referindo-se a milhares de habitantes que fugiram dos confrontos fronteiriços entre as forças israelitas e o Hezbollah.

⇒ O Hezbollah reivindicou um ataque com foguetes contra o norte de Israel. “Os combatentes da Resistência Islâmica atacaram os ‘bunkers’ de artilharia inimigos israelitas em Neve Ziv com um bombardeamento de ‘rockets'”, declarou o movimento xiita.

⇒ Um Jordânia acusou Israel de estar a empurrar o Médio Oriente para o abismo e reiterou a necessidade de se alcançar um cessar-fogo na ofensiva militar israelita contra a Faixa de Gaza. “A nossa mensagem para o mundo é que estão a permitir que um Governo extremista em Israel viole o direito internacional e o direito humanitário”, disse o chefe da diplomacia jordana, Ayman Safadi, que descreveu o executivo como “o mais extremista da história de Israel”.

⇒ O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de alargar o conflito na Faixa de Gaza a toda a região. “As tentativas de Israel de alargar os conflitos à região são extremamente perigosas”, declarou, garantindo que “os esforços para travar a agressão israelita vão continuar”.

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