O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, está a contar que o ex-Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump será capaz de defender “a sua verdade” em tribunal, e assim prevalecer nas múltiplas batalhas judiciais que enfrenta – e que, na sua opinião, não o impedirão de vencer as eleições de 5 de Novembro para cumprir um segundo mandato na Casa Branca.
Num discurso na abertura dos trabalhos da terceira Conferência de Acção Política Conservadora – CPAC organizada em Budapeste, Orbán repetiu a tese de Donald Trump de que os processos abertos contra si são uma perseguição política, e enviou uma mensagem de incentivo e apoio e ao seu aliado norte-americano. “Coragem na luta pela sua própria verdade. Espero que ganhe não só as eleições, como também nos tribunais.”
Perante uma plateia repleta de líderes da extrema-direita europeia, o presidente do Fidesz e primeiro-ministro há mais tempo no poder na União Europeia, sublinhou que as presidenciais norte-americanas, à semelhança das próximas europeias de 9 de Junho, constituem uma oportunidade de ouro para derrotar o “espírito progressista”, substituir o actual modelo liberal e inaugurar uma “nova era dos soberanistas”.
“Os liberais progressistas já estão a sentir o perigo”, garantiu.
As eleições nos dois lados do Atlântico “coincidem com uma tendência para uma convulsão política e geopolítica global”, apontou Orbán, dizendo que os candidatos da direita nacionalista e anti-globalista têm de aproveitar o embalo. “A ordem do mundo está a mudar, e nós temos que levar a nossa causa a triunfar no meio dessas mudanças”, exortou, deixando um aviso contra os “poderosos” representantes do o estado em que – que “não hesitarão em utilizar as instituições do Estado e as agências governamentais contra nós”.
“Isso acontece-nos constantemente em Bruxelas”, referiu o primeiro-ministro húngaro, que é precisamente acusado pelos seus adversários políticos de ter minado todo o aparelho administrativo do país, partidarizado o sistema judicial e reprimido a oposição, tanto no meio académico como na comunicação social, em mais de uma década no cargo.