A Rússia enfrenta “enormes dificuldades” para vender as suas vastas reservas de gás, numa medida que poderá afectar a sua capacidade de continuar a guerra na Ucrânia.
De acordo com uma nova análise do think tank Atlantic Council, a Gazprom – o gigante energético estatal do país – está a lutar para conquistar novos mercados.
A decisão surge depois de a maior empresa de gás natural cotada em bolsa do mundo ter restringido o seu fornecimento à Europa em 2022, numa tentativa de matar de fome os aliados de Kiev antes do inverno.
Mas as nações ocidentais conseguiram rapidamente libertar-se do gás russo para se tornarem auto-suficientes.
A receita da Gazprom caiu 41% ano após ano no primeiro semestre de 2023, enquanto os lucros das vendas caíram 71% e a produção de gás 25%.
O Grupo Gazprom, que também inclui empresas de petróleo e energia, anunciou um prejuízo líquido de 629 bilhões de rublos [$6.9 billion] para o ano passado.
A Rússia está agora isolada, com um novo gasoduto para ligá-la à aliada próxima, a China, estimado em cerca de 100 mil milhões de dólares – dinheiro que não se pode dar ao luxo de utilizar.
Além disso, não se espera que a China necessite de fornecimentos adicionais de gás antes de 2040.
Estas questões, segundo os especialistas, “deixam a Gazprom no limbo no futuro próximo”.
O analista de energia baseado em Berlim, Thomas O’Donnell, disse à Newsweek que os problemas da Gazprom mostraram que a tática de Putin de usar o gás russo como uma alavanca contra a Europa saiu pela culatra.
Ele disse: “A intenção era chocar a Europa e forçá-la à submissão com uma guerra energética para evitar que agissem em solidariedade com a Ucrânia, para sua surpresa, isso não aconteceu.
“Putin tem muito gás e não consegue vendê-lo.”