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Cotrim dá pontapé de saída com "confiança" e promete lutar contra o "principal adversário"a abstenção

João Cotrim de Figueiredo diz-se “confiante” para dia 9 de junho. Nem “deprimido”, nem “eufórico” com as sondagens que dão entre 4% a 12% de votos à Iniciativa Liberal (IL), o cabeça de lista manifesta-se convicto na sua eleição para o Parlamento Europeu (PE) com base na “coerência” do partido face às questões europeias e porque os outros partidos têm deixado a “baliza aberta”. O “principal adversário” é a abstenção. E foi, por isso, que dedicou parte do primeiro dia de campanha a dar informações aos eleitores sobre o voto antecipado e em mobilidade, num registo pedagógico.

“De férias no dia 9? Vota antes no dia 2. Há datas que não podes antecipar. A do teu voto podes”, podia ler-se num dos panfletos que distribuiu a populares, numa arruada entre o Campo Pequeno e o Saldanha. Nas interações a mensagem repetia-se: “Não se esqueça que pode votar já no dia 2”, alertava Cotrim de Figueiredo, sentando-se ao lado de idosos ou jovens, . “E já agora vote na IL”, acrescentava, sob risos, a um dos trausentes. “Há partidos barulhentos e se lhe roubarmos votos ficávamos contentes”atirava ainda, referindo-se ao Chega (CH).

Cauteloso, Cotrim de Figueiredo mantém a meta de a IL eleger um eurodeputado para o Parlamento Europeu (PE) – se correr a campanha ter a ambição de eleger mais” – e admite mesmo que gostaría que houvesse transferência de votos do CH para o partido. “Seria uma excelente oportunidade, um pouco à semelhança do que se passou na Madeira, que aquilo que tem sido um crescimento de determinadas forças em Portugal deixasse de acontecer”, afirmou, em declarações aos jornalistas, no final da arruada.

A IL, defendeu, “tem uma visão integrada e global e completa para a Europa, não está aqui para fazer política nacional à custa das políticas europeias, apenas pretende que a Europa cresça, que a Europa seja um espaço de liberdade, paz e prosperidade, porque isso beneficia Portugal”.

Num arranque a meio-gás, a IL terminou o primeiro dia com um jantar-comício na Praça do Beato, em Lisboa, com cerca de 200 apoiantes. No seu discurso, Cotrim de Figueiredo voltou a sair em defesa da “coerência” e “consistência” do partido face aos assuntos europeus e lançou farpas a todos os seus adversários, nomeadamente Catarina Martins e António Tânger-Corrêa.

“O Bloco não se trata de um partido eurocético, não eurocínico, mas eurosonso. Apoia a Ucrânia, mas acha que era interessante haver uma solução de paz com base na neutralidade da Ucrânia”, declarou Cotrim de Figueiredo numa nova farpa ao BE, depois de a cabeça de lista do partido ter acusado o líder liberal de mentir ao afirmar que queria uma paz condicionada pela vontade de Putin e as suas pretensões no território ucraniano. “Se é para apoiar a Ucrânia é para apoiar a Ucrânia naquilo que ela quiser. Isto é o que se chama respeito pela soberania”.

Na mesma linha, Rui Rocha acusou o Bloco de “sonsice”, recordando algumas declarações de Catarina Martins sobre o tema nos debates televisivos. “Lembro-me bem nos debates como Catarina Martins, numa intervenção sobre a questão da Ucrânia, punha toda a responsabilidade na Europa. A Europa não fez, a Europa não assegurou, a Europa não disse, a Europa não interveio. E sobre Putin, nada. Como se Putin não tivesse nenhuma responsabilidade nesta matéria? Não sejam sonsos”, reforçou, acrescentando que a IL esteve sempre do “lado certo”, do lado da Ucrânia.

Europeias 2024 – João Cotrim de Figueiredo, cabeça de lista da Iniciativa Liberal e Rui Rocha, líder do partido, num jantar comício em Lisboa.

Nuno Raposa

Virando-se para o cabeça de lista do CH, Cotrim carregou na ironia e admitiu divertir-se com as “teorias da conspiração” do embaixador e que só falta através dele perceber o “real motivo do aparecimento do meteorito” da semana passada.

Os cabeça de lista do PS e da AD também não escaparam às críticas. Marta Temido, de quem “se sabe ainda pouco sobre o que pensa da Europa, porque fugiu aos debates” e “não foi capaz de manter minimamente sob controlo o SNS” e Sebastião Bugalho, de quem tem saudades mas como “comentador”. “Se houver um campanha para o regresso do comentador, serei o primeiro subscritor. Livra-te das amarras da AD”, ironizou. Por último, criticou João Oliveira, desafiando o cabeça de lista da CDU a “assumir” claramente que a coligação é contra o euro.

No primeiro capítulo da campanha, Cotrim prometeu ainda lutar por uma Europa de “paz, prosperidade e liberdade”, apelando ao voto no dia 9. “Há uma coisa que me preocupa, e não são as sondagens, apesar de a campanha ser elucidativa e de tentarmos centrar a campanha dos temas europeus; apesar de o esclarecimento ser hoje maior do que no passado, tenho receio que os portugueses não tenham percebido a importância destas eleições e não vão votar”confessou. Aos liberais que participaram no jantar-comício disse ter a certeza de que votarão com “lucidez, mas apelou ao passa-palavra nos próximos quinze dias. ”Vamos com confiança e alegria para mobilizar toda a gente”.

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