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Review The Rogue Prince of Persia | Jogo atesta vocação da série de se renovar

2024 tem sido um ano muito bom para Príncipe da Pérsia. Depois de ver a franquia renascer com o excelente A coroa perdidaa série recebe um novo título totalmente diferente e com uma proposta bastante ousada com O Príncipe Rebelde da Pérsia, lançado exclusivamente para PCs. Com uma pegada mais artística e flertando com o mundo indie, temos uma aventura bem fora dos padrões.



Foto: Ubisoft/Canaltech

Afinal, é muito raro que estúdios como Ubisoft aceitem entregar suas propriedades mais clássicas nas mãos de terceiros, ainda mais com a mesma liberdade criativa vista por aqui. Só que a parceria aqui com a Evil Empire de Células mortas deu muito certo e mostra como esse retorno ao 2D é quase um caminho sem volta para a saga.




The Rogue Prince of Persia chama a atenção logo de início com seu visual incrível (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

The Rogue Prince of Persia chama a atenção logo de início com seu visual incrível (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

Embora ainda esteja em Early Access, O Príncipe Rebelde da Pérsia esbanja personalidade e brilha pelo modo como o estúdio conseguiu reimaginar uma série tão clássica de forma tão simples e, ao mesmo tempo, com uma complexidade viciante.

O príncipe e seu dia da marmota

É difícil definir O Príncipe Rebelde da Pérsia de outra forma que não um filho persa de Células mortasjá que a influência do jogo de 2017 é mais do que evidente aqui, principalmente na jogabilidade e nos tipos de desafios que o jogador encontra. Assim, temos um roguelike bastante ágil e repleto de camadas para testar suas habilidades.



Game usa o looping temporal como elemento narrativo de jogabilidade para justificar o roguelike de forma bem inteligente (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Game usa o looping temporal como elemento narrativo de jogabilidade para justificar o roguelike de forma bem inteligente (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

A trama é bem simples: a Pérsia é invadida pelo exército huno e o Príncipe precisa encontrar um jeito de acabar com essa ameaça — até porque ele é um dos responsáveis por esse ataque. Só que as coisas complicam quando o protagonista se vê preso em meio a um looping temporal.

Assim, ele é obrigado a reviver sempre o mesmo dia enquanto tenta encontrar uma forma de acabar com essa maldição ao mesmo tempo que tenta eliminar os invasores.

É um roteiro bastante básico, mas que aproveita bem a dinâmica de um roguelike para desenvolver sua história e também suas mecânicas. Como o tentar, morrer e começar de novo é parte central de toda a experiência, o looping se torna um recurso narrativo que casa muito bem com a jogabilidade.



Os mapas mentais costuram muito bem as informações que você coleta a cada run com toda a história que vai se desenrolando ao longo do jogo (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Os mapas mentais costuram muito bem as informações que você coleta a cada run com toda a história que vai se desenrolando ao longo do jogo (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

Nesse sentido, não há nada de muito novo ou diferente do que outros jogos do gênero já fazem, como é o caso do recente Hades 2. Só que isso não é um demérito para O Príncipe Rebelde da Pérsiajá que ele sabe usar muito bem esse vai e vem nascido da tentativa e erro tanto para fazer sua trama avançar como para incentivar o jogador a sempre tentar ir mais longe.

Há algumas soluções bem criativas para amarrar esses dois aspectos e tornar o jogo mais coeso. A dinâmica dos mapas mentais conecta informações aparentemente desconexas ao mesmo tempo que encontrar sobreviventes ou vestígios pode liberar novas áreas e ampliar os caminhos que você pode seguir a cada nova run. De novo, nada revolucionário, mas muito bem pensado.

Subindo pelas paredes

Só que é na jogabilidade que O Príncipe Rebelde da Pérsia. Dono de um estilo artístico belíssimo que parece ter saído das páginas de um quadrinho europeu, o game faz uma bela reverência ao Príncipe da Pérsia original, de 1989, ao colocar o Príncipe mais uma vez para lidar com desafios em plataforma 2D.

Só que, diferentemente de A coroa perdidaas coisas aqui são muito mais básicas do que místicas. O novo herói não tem controle do tempo ou coisa parecida, se limitando apenas às suas habilidades no parkour para superar obstáculos e vencer seus inimigos.



Subir pelas paredes cria novas possibilidades e é a grnade novidade de The Rogue Prince of Persia (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Subir pelas paredes cria novas possibilidades e é a grnade novidade de The Rogue Prince of Persia (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

E é isso que faz com que o jogabilidade de O Príncipe Rebelde da Pérsia seja tão prazeroso. A Evil Empire adicionou uma mecânica de andar nas paredes que mexe demais com a dinâmica dos saltos. Com essa simples adição, a exploração vertical e transversal ganham muito mais destaque, além de muitas camadas de desafios.

Há muitos caminhos para desbravar e formas de lidar com um mesmo obstáculo com essa simples mecânica. Caminhar pela parede pode fazer você chegar mais longe, alcançar um item inesperado, criar uma nova rota ou mesmo ser seu trunfo na hora do combate. É algo bastante simples, mas que faz toda a diferença.

Assim, mesmo o Early Access sendo bastante curto, com apenas seis cenários diferentes, há muito o que explorar e o que fazer graças a essa mecânica. O design das fases é muito bem construído para testar seu domínio dessa movimentação transversal e é ela quem dá agilidade e fluidez a essa nova versão do Príncipe, diferenciando-o de outras encarnações.



Ainda em Early Access, o jogo tem apenas dois chefes disponíveis (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Ainda em Early Access, o jogo tem apenas dois chefes disponíveis (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

Muito espaço para crescer

Tudo isso faz com que O Príncipe Rebelde da Pérsia seja um jogo muito cheio de vida e possibilidades, mas um tanto limitado. Por ainda estar em Early Access, a quantidade de níveis, inimigos e até mesmo armas e itens à sua disposição é bem menor.

É algo esperado, já que a Evil Empire e a Ubisoft comentaram já no anúncio do game que a ideia era disponibilizar novos conteúdos com o tempo, expandindo as possibilidades com base no feedback da própria comunidade. E o lado bom é que realmente há muito para onde crescer e aplicar as boas ideias que já estão presentes no game.

Por enquanto, o jogo contém apenas seis fases disponíveis e duas batalhas contra chefes. É uma quantidade razoável para a quantidade de vezes que você vai morrer, mas não evita a sensação de que é preciso um pouco mais. Além disso, o fato de só existirem 8 armas principais e 6 ferramentas também limita um pouco a criação de novas builds.



Pouca variedade de armas impede a criação de estratégias muitais variadas (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Pouca variedade de armas impede a criação de estratégias muitais variadas (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

O que evita tornar O Príncipe Rebelde da Pérsia repetitivo são os medalhões. Ao longo de cada run, o Príncipe encontra diferentes medalhões que concedem novas habilidades e melhorias que mudam de forma considerável a dinâmica geral do jogo. Alguns vão tornar seu ataque mais forte, enquanto outros criam efeitos nos inimigos ao realizar certas ações — e combinar essas skills gera novos poderes.

É uma forma inteligente de variar a jogabilidade e fazer com que cada tentativa de encarar os hunos seja diferente, incentivando a exploração e tratando o vai e vem no looping temporal como algo divertido.

O único ponto contra essa lógica é o nível de dificuldade um pouco exagerado, que faz com que o Príncipe seja extremamente vulnerável e frágil. Qualquer ataque banal do inimigo mais fuleiro vai retirar entre 25% e 30% da sua barra de vida e a impossibilidade de melhorar sua defesa ou mesmo de carregar mais itens de cura tende a tornar as coisas frustrantes à medida que você percebe que seu herói é feito de vidro.



Ainda assim, The Rogue Prince of Persia é um jogo bastante promissor, para além de suas limitações iniciais (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Ainda assim, The Rogue Prince of Persia é um jogo bastante promissor, para além de suas limitações iniciais (Imagem: Captura de tela/Durval Ramos/Canaltech)

Foto: Canaltech

No entanto, está longe de ser um problema crítico e que pode ser facilmente contornado com uma atualização ou a liberação de conteúdos que deem mais resistência ao protagonista. Afinal, Early Access é para isso.

Assim, o saldo final de O Príncipe Rebelde da Pérsia é mais do que positivo. Provando que a liberdade criativa para que outros explorem franquias já conhecidas pode ser um ótimo caminho para a renovação, temos um título ainda em desenvolvimento que faz uma excelente estreia. Mais do que isso, que atesta o bom momento da série e nos deixa ansiosos pelas cenas dos próximos capítulos.

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