A Coreia do Norte começou o novo ano lançando 200 projéteis de artilharia contra uma ilha sul-coreana, que abriga uma importante base militar. A fumaça podia ser vista saindo da ilha de Yeonpyeong em reportagens ao vivo na TV, mas nenhum dano à infraestrutura ou feridos foi relatado devido aos ataques.

Yeonpyeong, onde vivem 2.000 pessoas, ordenou que os civis procurassem abrigo e evacuassem durante os ataques com mísseis. A ilha tornou-se um ponto crítico em 2010, quando mísseis norte-coreanos mataram dois soldados e dois civis.

Seul respondeu rapidamente ontem, disparando 400 tiros contra a Coreia do Norte durante um exercício de tiro real. Kim Jong-un defendeu os lançamentos de mísseis, dizendo que eram uma “resposta natural” aos exercícios militares norte-americanos-coreanos de uma semana, envolvendo milhares de soldados, artilharia, tanques, veículos blindados e aviões de guerra.

A troca de mísseis ocorre em meio à crescente tensão na península coreana entre os dois vizinhos, que tecnicamente ainda estão em guerra.

Tanto o Ministro da Defesa da Coreia do Sul como o líder da Coreia do Norte falaram publicamente sobre a possibilidade de guerra este ano.

Após os ataques de ontem, a mídia sul-coreana informou que “os preparativos para a guerra chegaram à reta final”.

Enquanto isso, o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Shin Won-sik, disse: “A retomada dos exercícios de artilharia dentro da zona de não-hostilidade pela Coreia do Norte esta manhã é um ato de provocação que ameaça a paz na Península Coreana e aumenta a tensão.

“Nossos militares devem assumir a prontidão para eliminar completamente o inimigo, para que não ousem outra provocação, e para reforçar o ritmo através da força”.

O alerta sul-coreano sobre a guerra iminente entre os dois lados ecoa as próprias palavras de Kim Jong-un, que disse na semana passada que “não buscará mais a reconciliação e a reunificação” com Seul.

Ele acrescentou que as forças armadas do Estado comunista deveriam se preparar “para um grande evento para suprimir todo o território da Coreia do Sul”.

O líder norte-coreano afirmou ainda que o país lançará mais três satélites espiões em 2024.

Leif-Eric Easley, professor da Universidade Ewha, em Seul, alertou que Pyongyang poderia “calcular mal que as suas alegadas armas nucleares lhe dariam controlo sobre a escalada no caso de um incidente mortal”.

O presidente do Sul, Yoon Suk Yeol, há muito alerta que qualquer ataque seria recebido com uma resposta severa.

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