Soldados russos que servem na Ucrânia apresentaram alegações perturbadoras de negligência e maus-tratos por parte de instituições médicas no seu país.

Participantes feridos de Volgogrado relataram violações dos seus direitos, alegando que lhes foram negadas as operações necessárias e enviados às pressas de volta para a zona do Distrito Militar do Norte. Estas acusações sugerem uma grave disparidade entre os cuidados prometidos aos militares pelo governo de Vladimir Putin e a realidade que enfrentam no terreno.

Maxim, um soldado contratado de 21 anos, compartilhou sua experiência angustiante com o canal russo V1RU, após sofrer um ferimento grave durante um ataque.

Apesar de suportar meses de dor devido a um estilhaço alojado na perna, Maxim foi repetidamente considerado apto para o serviço pelas comissões médicas militares. Seus apelos por atenção médica adequada caíram em ouvidos surdos, deixando-o sofrendo em agonia enquanto era continuamente realocado.

Da mesma forma, Alexander, de 36 anos, contou a sua provação ao ter-lhe sido negado tratamento essencial devido a uma lesão no joelho sofrida em combate. Apesar das evidências médicas indicarem a necessidade urgente de cirurgia, os médicos militares ignoraram suas queixas e rotularam-no de fingidor.

A terrível situação forçou Alexander a procurar ajuda de um activista dos direitos humanos, Roman Pronin, que descobriu um padrão perturbador de negligência nas instalações médicas militares.

Konstantin, um ex-militar de 40 anos, também compartilhou sua luta para receber cuidados adequados após sofrer ferimentos durante o serviço militar. Apesar das múltiplas recomendações de cirurgia, Konstantin teve repetidamente negado tratamento, com os administradores do hospital citando uma suposta diretriz de autoridades superiores.

Estes relatos preocupantes levaram Pronin e os soldados afectados a apelar directamente ao Presidente russo, Vladimir Putin, bem como aos altos funcionários do Comité de Investigação Russo e do Gabinete do Procurador-Geral, numa mensagem de vídeo.

O seu apelo destaca a necessidade urgente de intervenção para resolver as falhas sistémicas na prestação de cuidados médicos ao pessoal militar.

Em resposta às perguntas, Rasul Musaev, chefe do hospital militar de Volgogrado, negou quaisquer restrições aos cuidados médicos e afirmou que as operações e as hospitalizações decorrem normalmente.

No entanto, o forte contraste entre as declarações oficiais e as experiências vividas pelos soldados levanta sérias questões sobre a responsabilização e a transparência no sistema de saúde militar russo.

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