O líder anti-establishment do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, cuja vitória eleitoral no fim de semana poderá ser oficialmente confirmada dentro de dias, foi recebido no palácio presidencial na quinta-feira pelo líder cessante Macky Sall.

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A reunião, que ocorreu após semanas de crise em torno da votação, sugeriu uma transferência rápida e pacífica na nação da África Ocidental que se orgulha da estabilidade democrática numa região atingida pelo golpe.

Faye, de 44 anos, só foi libertado da prisão 10 dias antes das eleições, juntamente com o seu mentor Ousmane Sonko, que foi impedido de concorrer na sequência de uma condenação criminal que ele diz ter tido motivações políticas.

O presidente cessante recebeu os dois homens no que o seu gabinete chamou de “uma reunião cortês onde discutiram longamente as principais questões para o Estado, bem como a cerimónia de inauguração”.


De acordo com os resultados provisórios, Faye venceu a primeira volta da votação com 54,3 por cento, muito à frente do candidato escolhido a dedo por Sall, o antigo primeiro-ministro Amadou Ba.

Ele ficou em segundo lugar com 35,8% dos votos.

O Tribunal Constitucional do Senegal poderia declarar Faye o vencedor oficial antes do fim de semana, o que tornaria possível a transferência antes de 2 de Abril, o fim oficial do mandato de Sall.


O líder da oposição senegalesa Ousmane Sonko (segundo a partir da direita) retratado entre o presidente cessante Macky Sall (à direita) e o presidente eleito do país, Bassirou Diomaye Faye. © Folheto da Presidência Senegalesa via AFP

Sall provocou uma crise política em Fevereiro ao suspender as eleições presidenciais poucos dias antes da abertura das urnas, alegando preocupações de segurança.

A medida gerou protestos e confrontos que deixaram quatro mortos, antes de o Tribunal Constitucional ordenar que ele marcasse a data para 24 de março.

Faye, que nunca ocupou um cargo eletivo, deverá tornar-se o quinto presidente do país da África Ocidental com cerca de 18 milhões de habitantes.

Ele prometeu restaurar a “soberania” nacional e implementar um programa de “pan-africanismo de esquerda”.

(AFP)



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