O Conselho de Segurança tem poucos meios para fazer cumprir as suas resoluções. O Conselho pode tomar medidas punitivas, impondo sanções contra os infratores. No passado, tais medidas incluíram proibições de viagens, restrições económicas e embargos de armas.

Neste caso, porém, os peritos jurídicos disseram que qualquer medida adicional exigiria uma nova resolução e que a sua aprovação exigiria o consentimento dos cinco membros do conselho com poder de veto, incluindo os Estados Unidos, o mais fiel aliado de Israel.

Também pode haver desafios legais. Embora as Nações Unidas afirmem que as resoluções do Conselho de Segurança são consideradas direito internacional, os juristas debatem se todas as resoluções são vinculativas para os Estados-membros, ou apenas aquelas adoptadas sob capítulo VII da Carta da ONU, que trata das ameaças à paz. A resolução aprovada na segunda-feira não mencionou explicitamente o Capítulo VII.

Autoridades da ONU disseram que ainda era vinculativo para Israel, mas alguns países discordaram. A Coreia do Sul disse na segunda-feira que a resolução não era “explicitamente coercitivo no âmbito do Capítulo VII”, mas que refletia um consenso da comunidade internacional.

Crucialmente, a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, sustentou que o a resolução não era vinculativa. Os Estados Unidos, que detêm um poder significativo no Conselho de Segurança devido ao seu assento permanente, provavelmente consideram a aprovação da resolução mais um instrumento político valioso do que uma ordem vinculativa, disseram os especialistas.

A abstenção dos EUA envia um sinal poderoso das suas prioridades políticas, mesmo que, a curto prazo, seja pouco provável que o Conselho de Segurança tome novas medidas, segundo Ivo H. Daalder, antigo embaixador americano na NATO.

“Nem Israel nem o Hamas serão influenciados por uma resolução da ONU”, disse Daalder.

Israel controla o fluxo de ajuda para Gaza e, após cinco meses de guerra, os habitantes de Gaza enfrentam uma grave crise de fome que beira a fome, especialmente no norte, segundo as Nações Unidas e os residentes do território.

Grupos de ajuda humanitária culparam Israel, que anunciou um cerco ao território depois de 7 de Outubro. Dizem que as autoridades impediram a entrega de ajuda através de inspecções e restrições rigorosas.

Israel argumenta que trabalha para evitar que a ajuda chegue ao Hamas e diz que os seus responsáveis ​​podem processar mais ajuda do que os grupos de ajuda conseguem distribuir dentro do território. A crescente ilegalidade em Gaza também dificultou a distribuição de ajuda, com alguns comboios a terminarem em violência mortal.

Pouca coisa mudou esta semana. O número de camiões de ajuda que entraram em Gaza na terça-feira a partir das duas passagens de fronteira abertas para ajuda correspondeu aproximadamente ao número médio diário de travessias deste mês, segundo dados da ONU. Esse número, cerca de 150 caminhões por dia, é quase 70% menor que o número anterior a 7 de outubro.

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