Quando ao fim de três quartos de século Mário Silva foi obrigado a trocar a velha casa da mãe no bairro de Alfama, em Lisboa, por um exíguo T1 no Castelo de S. Jorge, há cinco anos, foi como se tivesse migrado para outra cidade. Cego de um olho, asmático, com artroses – carrega no corpo a carga de anos de trabalho como estivador passava os dias encarcerado em casa. “Vivo sozinho, dentro de quatro paredes, agarrado à televisão. Deito-me às sete da tarde, acordo às quatro da manhã, fico com tanto tempo para pensar…” Sem amigos na nova vizinhança, Mário recorria com frequência aos hospitais: “Quase todos os dias era: 112-S. José, 112-S. José, idas à pneumologia no Santa Marta.” Até que o seu médico na unidade de saúde familiar (USF) da Baixa, no Martim Moniz, centro de Lisboa, lhe lançou um desafio inesperado. E se fosse dar uns passeios de trishaw pela cidade?

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